A variação do álcool nas usinas nas últimas semanas, que teve reflexo no aumento do combustível nos postos, é apenas uma correção em relação às quedas anteriores, segundo representantes do setor sucroalcooleiro. O preço deve recuar a partir de abril, com o início da safra. Apesar da recente alta, segundo Sérgio Prado, representante da União da Indústria de Cana-de- Açúcar (Unica), o preço do litro do álcool ainda não atingiu o mesmo patamar de safras anteriores. “Essa variação é natural e o aumento sempre ocorre durante a entressafra. Mas, para este ano, como as exportações devem continuar aquém do esperado pelas usinas, a previsão é de ano baixo o ano todo”, disse Prado. Ele destaca que como as exportações em 2007 foram muito ruins para o setor, o excedente da produção foi vendido nesses meses de entressafra e com a grande oferta, os preços caíram em janeiro.
Para Luciano Sanches Fernandes, presidente da Associação dos Produtores de Açúcar, Álcool e Energia (Biocana), as exportações nesta safra devem ser melhores que as da anterior, mas provavelmente não causarão grandes variações de preços no mercado interno porque a produção tende a ser maior. Fernandes ainda afirma que, com o início sa safra, previsto para abril, a tendência é de nova queda, com recuperação de preços a partir de junho. Na última semana, a maior procura por parte de distribuidoras para abastecimento em março contribuiu para que os preços mantivessem tendência de alta. Na última semana do mês, o litro do álcool anidro teve média de R$ 0,836 o litro (sem impostos), alta de 1,8% em relação à da semana anterior.
Para o hidratado, a média foi de R$ 0,749 (sem impostos), aumento de 2,12%. Levantamento da Datagro mostra que a produção de cana de açúcar baterá novamente recorde neste ano no Brasil. Segundo a pesquisa, a colheita da safra 2008/09 deverá ser de 532,5 milhões de toneladas, um crescimento de 9,7% sobre o ciclo anterior (485,5 milhões de toneladas). A expansão reflete os investimentos em novos projetos de usinas no país. No Centro Sul, que responde por 85% da produção nacional, 57,4% da cana será destinada para o etanol e 43,2% para o açúcar.
Fonte: Diário da Região, em 07/03/2008