O presidente Lula criticou a sobretaxa imposta ao biocombustível brasileiro pelos países da União Européia e os Estados Unidos. A declaração fez parte de seu discurso, em Foz do Iguaçu (PR), após a assinatura do protocolo de cooperação para construção de um alcoolduto.
Segundo o presidente, o país passa a ser “vítima de ataques” quando se torna “competitivo com as grandes potências do mundo”.
“Nós somos imbatíveis [em biocombustíveis]. É exatamente por isso que tanto os Estados Unidos quanto a União Européia, que não cobram nenhum pedágio para importar petróleo, que é poluente, sobretaxam o nosso álcool para dificultar a sua entrada no mercado deles. Eles são defensores do livre comércio, desde que seja para vender os seus produtos.”
Lula ainda criticou as “mentiras” que dizem sobre o Brasil no exterior. De acordo com o presidente, alguns países justificam que não podem vender o álcool brasileiro porque é feito com trabalho escravo. “É verdade que o trabalho do cortador de cana é penoso, mas, certamente, ele não é mais penoso do que era o dos trabalhadores das minas de carvão que fizeram a Europa se transformar.”
Fonte: Folha de São Paulo, em 20/02/2008