Produção de álcool e de açúcar baterá recorde neste ano

Estimulado pela forte expansão do álcool no mercado e pelas perspectivas de crescimento nas exportações, o Brasil fará neste ano a maior colheita de cana-de-açúcar de sua história, de acordo com levantamento da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) feito em 361 unidades produtoras no país.

Com base em dados de unidades de produção de todos os Estados onde a atividade é desenvolvida, a Conab estima que a colheita deste ano deverá variar entre 607,8 milhões e 631,5 milhões de toneladas, número entre 8,8% e 13,1% acima da do ano passado, que foi de 558,5 milhões de toneladas.

O levantamento indica que cerca de 55% (entre 309,8 milhões e 321,9 milhões de toneladas) da cana colhida nesta safra serão usados na produção de biocombustíveis, enquanto 44% (de 248,3 a 257,9 milhões de toneladas) serão transformados em açúcar. O restante, de 49,6 milhões a 51,7 milhões de toneladas, será usado na fabricação de cachaça e rapadura e como alimento para gado, sementes e mudas.

Segundo a Conab, os investimentos em tecnologia nas usinas de cana-de-açúcar, o plantio de variedades mais produtivas e o clima favorável são os principais motivos do crescimento. A alta desta safra também se deve à área plantada, que aumentou de 7 milhões para 7,8 milhões de hectares, crescimento que teria ocorrido principalmente sobre áreas de pastagens.

Dados da Conab mostram que o país tem hoje 276 milhões de hectares de terras cultiváveis. Desses, 72% estão ocupados por pastagens, 16,9% por grãos e 2,8% por cana-de-açúcar, o que demonstra o potencial de crescimento da atividade sobre áreas de pastagem.

Moagem

A moagem da safra de cana-de-açúcar da temporada de 2008 teve início neste mês nos Estados do Centro-Sul, responsáveis por 90% da produção total.

Pela projeção da Conab, a moagem deve resultar na produção de 26,4 bilhões a 27,4 bilhões de litros de álcool, de 14,9% a 19,4% a mais que no último ano. Cerca de 4,2 bilhões de litros devem ser exportados, sendo 2,5 bilhões de litros apenas para os Estados Unidos.

O grande volume de exportações de álcool para os Estados Unidos é conseqüência do aumento da mistura do álcool à gasolina naquele país, além do crescimento da frota de veículos biocombustíveis. No Brasil, esse tipo de veículo representa 85% das vendas de carros novos.

Fonte: Folha de SP, em 29/04/2008

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