A recente alta do álcool, que subiu, em média, 10,10% em outubro, tornou desvantajoso o uso do combustível em dez Estados, na comparação com a gasolina. Até setembro, apenas em cinco Estados era mais econômico usar a gasolina.
O consumidor perdeu no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina, em Roraima, no Pará, no Amapá, no Espírito Santo, no Amazonas, no Piauí, no Acre e em Minas Gerais.
Cálculos de especialistas, baseados no poder calorífico dos combustíveis, apontam que o álcool é competitivo até chegar a 70% do preço da gasolina.
No mês passado, considerando o período entre os dias 1º e 29, o litro do álcool custava, em média, nos postos de todo o Brasil, R$ 1,624, de acordo com levantamento da ANP (Agência Nacional do Petróleo).
Em setembro o combustível era encontrado, na média, pelo preço de R$ 1,475.
Na média nacional, se confrontado com a gasolina, cujo preço médio foi de R$ 2,513, o álcool ainda é vantajoso: custa o equivalente a 64,62% do combustível derivado do petróleo.
Em São Paulo, o litro do álcool custava, em média, R$ 1,501 em outubro, 14,93% a mais do que em setembro. Com isso, o preço do álcool equivalia a 62,41% do litro da gasolina.
Aumento mais significativo foi notado no Paraná, onde o litro do álcool custava R$ 1,616 (ou 64,64% da gasolina) no mês passado -alta de 16,93%.
No Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, os aumentos de outubro fizeram com que deixasse de ser vantajoso substituir gasolina por álcool.
A tendência, segundo Getúlio Tadeu Chaves, da GTCA Consultoria, é que o preço do álcool continue subindo, em ritmo menor, até o início da safra, em abril. Com isso, a perspectiva é que a vantagem do álcool sobre a gasolina diminua.
O especialista afirma que o álcool terá um patamar diferente de preço em relação ao do início do ano. A pressão por açúcar no mercado internacional fará os produtores preterirem o álcool ao processar a cana. Isso deve permanecer por dois anos.
Ritmo menor na usina
O aumento do álcool perdeu força nas últimas semanas. O hidratado, usado diretamente no tanque de combustível, recuou para R$ 0,9469 na porta das usinas paulistas, uma queda de 2,1% nesta semana em relação à anterior. Apesar desse recuo, o preço atual do litro é 31% superior ao do final de julho.
Já o álcool anidro, que é misturado à gasolina, foi negociado a R$ 1,1216 por litro nas usinas nesta semana.
O preço desse combustível praticamente se manteve estável em relação à semana anterior, mas mantém uma valorização de 38% sobre os valores apurados no final de julho deste ano. Os preços foram coletados pelo Cepea, da Esalq (Universidade de São Paulo) e não incluem tributos.
Pesquisa da Folha mostra uma redução de ritmo de reajustes nas bombas de postos de São Paulo.
Ontem (06), o preço médio praticado em 50 postos pesquisados indicava R$ 1.574 por litro, 0,32% a mais do que na semana anterior.
Fonte: FOLHA DE SP, em 07/11/09