A produção de álcool do centro-sul do Brasil na safra 2009/10, até 1º de janeiro, está 7,69% abaixo da do mesmo período da colheita anterior, divulgou a Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar).
A queda na produção e a alta no preço do biocombustível levaram o governo a anunciar, anteontem, que a partir de 1º de fevereiro a quantidade de álcool misturada na gasolina será reduzida de 25% para 20%.
A medida do governo objetiva elevar a oferta de combustível e, com isso, conter o preço.
Essa é primeira queda na produção do biocombustível desde 2000/01. Até a segunda quinzena de dezembro, a produção atingiu 22,7 bilhões de litros, ante 24,6 bilhões de litros no mesmo período de 2008/09.
Do total, 16,6 bilhões de litros foram de álcool hidratado, utilizado em veículos flex, e 6,1 bilhões de litros de anidro, que é usado na gasolina.
A queda na oferta de álcool ocorreu a despeito de o volume de cana-de-açúcar processado ter sido 5,24% superior na safra atual em relação ao mesmo período do ano anterior.
Chuvas excessivas durante o inverno foram uma das causas apontadas para a redução da produção de álcool, assim como o direcionamento maior da cana para produzir açúcar, cujos preços estiveram mais atraentes ao produtor.
No acumulado desde o início da safra, em abril, 43,3% da cana processada foi direcionada para a produção de açúcar (39,8% em 2008/09). Já para o álcool foram destinados 56,7% da cana (60,3% em 2008/09).
Com o aumento no preço do álcool, em apenas sete Estados continua a ser vantajoso abastecer o veículo flex com o biocombustível. Em São Paulo, onde o litro do álcool chega a custar R$ 2, passou a valer a pena utilizar gasolina.
Especialistas dizem que só é melhor usar álcool quando o produto custa até 70% do valor da gasolina. Isso ocorre porque a gasolina tem rendimento melhor -o carro roda mais quilômetros por litro.
Fonte: Folha de SP, em 13/01/2010