A proposta da Câmara dos Deputados, de reduzir gradativamente a jornada de trabalho para 42 horas semanais, sem corte nos salários, deve gerar metade dos empregos previstos pelo sistema de 40 horas, antes defendido pelas centrais sindicais. A medida pode criar 1,2 milhão de vagas no país, contra as 2,4 milhões chances esperadas inicialmente.
Apesar da expectativa de menor abertura de postos de trabalho, os sindicalistas admitem fechar acordo com o Legislativo.
A projeção foi feita pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) a pedido do DIÁRIO. Para chegar a essa estimativa, o instituto levou em consideração o número de horas trabalhadas nessa jornada, que está em discussão, e o total de trabalhadores existentes. Atualmente, o Brasil conta com 39 milhões de empregados.
Pelo projeto apresentado pelo presidente da Câmara, deputado federal Michel Temer (PMDB-SP), a jornada seria reduzida em duas etapas. Passaria para 43 horas semanais em 1de janeiro de 2011 e, no mesmo mês de 2012, para 42 horas. A atual Constituição estabelece a jornada de 44 horas. “Qualquer redução melhora a condição do trabalhador. Além da melhor qualidade de vida, o poder aquisitivo irá aumentar automaticamente, pois o empregado receberá o mesmo salário por uma jornada menor”, avalia o diretor-técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio.
A expectativa é de que a proposta volte a ser discutida neste mês pelos deputados, sindicalistas e empresários na Câmara. As centrais esperam por uma possível votação até o dia 30.
Fonte: BOM DIA, em 4 de abril de 2010