Por conta das persistentes chuvas nas regiões litorâneas do Sudeste e do Sul do país, já deixaram de ser embarcadas ao exterior, em agosto, cerca de 900 mil toneladas de açúcar nos portos de Santos (SP) e de Paranaguá (PR), as principais saídas do produto brasileiro ao exterior. Desde meados de julho, filas de navios vem se formando nos dois portos por conta da elevada demanda pelo produto brasileiro. A ocorrência das chuvas agravou esse congestionamento, uma vez que o mau tempo obriga os navios a suspenderem o carregamento.
Segundo levantamento da Kingsman do Brasil, entre 1º e 16 de agosto foram exportados nos dois portos 1,2 milhão de toneladas da commodity, volume que foi de 2,129 milhões de toneladas em igual intervalo de 2009. Aos preços médios exportados em julho, o volume de 929 mil toneladas que não foi embarcado está avaliado em US$ 400 milhões.
O tempo abriu há uma semana. Nos outros dias do mês, houve poucas janelas de sol, disse Luiz Teixeira da Silva Júnior, chefe do Departamento de Operação do Porto de Paranaguá e Antonina (APPA). Apesar do clima favorável nos últimos dias, a espera segue grande nos dois portos, que juntos somam 75 navios aguardando na barra. Esse número superou 90 embarcações entre o fim de julho e começo de agosto.
Até sexta-feira passada, havia na barra do porto de Santos 53 navios aguardando para embarcar 1,748 milhão de toneladas de açúcar, entre produto a granel (1,5 milhão de toneladas) e ensacado. São esperados ainda mais 15 navios nos próximos dias, afirmou Luiz Carlos dos Santos Júnior, da Kingsman do Brasil. Segundo ele, o elevado movimento levou alguns terminais de açúcar de Santos a recusarem nomeação de mais navios até o fim de setembro próximo.
Em Paranaguá, há também 22 navios aguardando na barra para carregar 540 mil toneladas e outras três embarcações são esperadas para as próximas 48 horas. A fila para atracar diminuiu para 20 dias, ante os 30 dias registrados ao final de julho , informou.
Entre janeiro e julho, os embarques de açúcar mantiveram-se em expansão. Foram exportadas 13,3 milhões de toneladas da commodity, ante as 12,6 milhões de igual período de 2009. Por conta do volume maior e das cotações mais valorizadas, a receita de janeiro a julho foi de US$ 6 bilhões, ante os US$ 3,9 bilhões do mesmo intervalo de 2009.
A programação dos portos é para embarque no mês de agosto de 3,4 milhões de toneladas de açúcar. Esse volume já chegou ao pico de 4,1 milhões de toneladas na semana passada, afirma o especialista da Kingsman.
Perspectivas de encolhimento da oferta de açúcar nos Estados Unidos fizeram os futuros da commodity subirem na sexta-feira na bolsa de Nova York. Os papéis com vencimento em março fecharam ontem em 18,79 centavos de dólar a libra-peso, valorização de 17 pontos.
Fonte: Udop, em 24/08/2010