A colheita da cana segue com mais tranquilidade neste ano por causa do clima seco. No entanto, se houver estiagem prolongada, o volume a ser colhido até dezembro tende a ser menor que o esperado. O quadro é o oposto do registrado ano passado. O teor de sacarose na cana-de-açúcar, porém, deverá compensar a redução na produção. Bom para o setor, que vem recebendo mais pelo açúcar a ponto de reduzir a produção de álcool.
A demanda por açúcar é tanta que as filas para carregamento no Porto de Paranaguá se tornaram um problema há mais de um mês. Agora, cerca de 20 navios aguardam vaga. O tempo de espera, que passava de três semanas, caiu pela metade, também graças ao tempo seco.
Segundo o secretário de Pro du ção e Agroenergia do Minis tério da Agricultura, Manoel Bertone, a quantidade de açúcar nacana em 2009 foi próxima de 130 quilos por tonelada e a expectativa para o ciclo atual é a de que haja uma variação entre 142 quilos e 144 quilos por tonelada. Uma coisa compensa a outra, afirmou, referindo-se à queda no volume da colheita.
As usinas têm se queixado do clima, apesar de garantirem que não faltará álcool na próxima temporada. Segundo a Companhia Nacional de Abaste ci mento (Conab), a produção de cana, apesar da seca, deve ser 8% maior que a de 2009/10, atingindo 651,5 milhões de toneladas. O número tende a ser revisado para baixo.
A colheita acaba de passar da metade nas principais regiões produtoras do país. Do total de cana a ser esmagada, 54,9% (357,5 milhões de toneladas) estão sendo destinados à produção de 28,4 bilhões de litros de álcool e o restante para a produção de 38,1 milhões de toneladas de açúcar.
Fonte: Udop, em 08/09/2010