O setor de bioenergia é um dos que mais cresceram nos últimos anos e tem o grande desafio de aumentar sua capacidade de produção para atender as demandas dos mercados interno e externo.
Importantes investimentos estão sendo feitos -e se intensificarão- na construção de usinas e na expansão de unidades já existentes, com a agregação de modernas tecnologias.
Mas, como atingir esse patamar sem equipes qualificadas e sem uma cultura de empresariamento? Hoje, o setor está presente em 22 Estados e emprega mais de 850 mil pessoas.
Desde os anos 1970, trabalhadores de todas as regiões do país, principalmente do Nordeste e com baixa qualificação, migravam para obter, por meio do plantio e do corte manual da cana-de-açúcar, fonte de renda para suas famílias durante os curtos meses de safra.
As inovações tecnológicas implantadas na cadeia produtiva -máquinas agrícolas com computadores de bordo e sistemas de GPS aliados à alta automatização nas áreas agrícola e industrial- transformaram a realidade e a cultura do setor.
Nesse cenário, um esforço significativo na qualificação de pessoas torna-se tarefa inadiável. Atualmente, assumir responsabilidades na agroindústria exige profissionais tão qualificados quanto aqueles que atuam em fábricas de alta tecnologia.
Com o potencial de crescimento do etanol e as perspectivas futuras, a falta de profissionais capacitados é tida por especialistas como um dos principais gargalos do setor.
Segundo estimativas, as cem novas usinas que serão instaladas no país criarão mais de 1,2 milhão de empregos no período de cinco anos.
O setor de bioenergia, consciente do desafio, está implantando programas de qualificação em parceria com instituições públicas e privadas.
Um levantamento feito de abril deste ano mostra que mais de 80 mil profissionais foram formados em cursos multifuncionais e estão aptos a exercer novas atividades agrícolas e industriais.
Esse número, entretanto, representa apenas 6% do nosso desafio.
O desenvolvimento profissional e a criação de oportunidades ultrapassam as fronteiras da agroindústria. Além de aperfeiçoar seus integrantes, as empresas promovem cursos técnicos nos locais em que suas unidades estão instaladas.
Os treinamentos, com aulas teóricas e práticas, valorizam e melhoram a qualidade de vida dos moradores e de suas famílias e aumentam a geração de renda nessas comunidades.
É indiscutível a importância que as pessoas têm no desenvolvimento econômico e social de qualquer país ou empresa.
O setor de bioenergia conquistou no Brasil uma posição de protagonista no cenário internacional e torna-se indispensável uma ação rápida e proativa na criação de programas de formação e de qualificação profissional para manter o etanolbrasileiro competitivo e ainda mais sustentável.
Fonte: Udop, em 10/09/2010