O setor químico brasileiro vive uma fase positiva, depois da ameaça que a crise apresentou ao seu desempenho. Segundo informações da Consultoria Lafis, somente no segmento de produtos químicos de uso industrial, o índice de produção apresentou alta de 44% no acumulado de 2009, enquanto as vendas domésticas avançaram 46,7%, ante os dados de dezembro de 2008. Entre janeiro e maio deste ano, por sua vez, o índice de produção já registrou alta de 13,1% e o de vendas subiu 10,9%. A crise foi ruim, mas não catastrófica. Agora, as perspectivas são boas, afirmou o analista setorial da Lafis, Osmar Sanches. O impulso da área no país tem acompanhado principalmente a produção do setor automobilístico, grande consumidor de produtos químicos e que, de acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), deve avançar mais de 8% neste ano.
A indústria química reagiu com os incentivos fiscais do governo, completou o coordenador da comissão para borracha da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), Clóvis Ragno. Para a Lafis, já houve uma retomada significativa no setor, que não deve mais registrar em 2010 nada próximo à queda vista em 2009, de 21,1% (para US$ 48,3 bilhões) no faturamento líquido. Especialmente para o segmento de borracha sintética, a área de pneumáticos e o pré-sal devem representar boas oportunidades. O setor de petróleo demanda muitos produtos de borracha e vai oferecer boas perspectivas, afirma Ragno.
O coordenador da Abiquim destaca, por outro lado, que o custo das matérias-primas, essencialmente provenientes do petróleo – cujos preços devem alcançar US$ 78 até o fim do ano, segundo a Lafis – representa um dos principais obstáculos para o setor. As dificuldades de exportação, diante do câmbio e da própria desaceleração econômica ainda verificada no mercado externo também podem ameaçar as boas perspectivas. A valorização do real favorece a importação e o assédio de empresas asiáticas, concluiu.
Fonte: Udop, em 17/09/2010