As exportações de açúcar desbancaram as de carne, e o produto assume o segundo lugar na lista dos principais itens do agronegócio.
De janeiro a setembro deste ano, as receitas com açúcar somaram US$ 8,9 bilhões. Nesse período, as exportações de carnes in natura (frango, bovina e suína) renderam US$ 8,1 bilhões.
O acumulado de janeiro a agosto já sinalizava números próximos e as perspectivas de mercado já indicam que o açúcarganharia uma boa vantagem sobre as carnes.
Não foram as carnes que perderam espaço no mercado externo, mas sim o açúcar que disparou. A receita até setembro é 60% superior à de igual período de 2009.
Deficit mundial, problemas na produção da Índia e menor moagem de cana no Brasil -o que preocupou o mercado- sustentaram os preços externos.
Já as carnes, com maior demanda externa, principalmente de emergentes, trouxeram 25% mais receitas ao país em relação a 2009.
O volume financeiro obtido com as exportações de açúcar de janeiro a setembro superou o das carnes em 9%.
No ano passado, as vendas de carnes renderam US$ 6,5 bilhões, ante US$ 5,6 bilhões obtidos com o açúcar.
MAIS 15% SOBRE 2009
A melhora nos preços externos das commodities agropecuárias já garantem ao Brasil, neste ano, receitas 15% superiores às do ano passado, quando considerados os principais itens da balança comercial.
A liderança nas exportações fica com o complexo soja, cujas receitas já somam US$ 14,7 bilhões até setembro, conforme dados divulgados ontem pelo Ministério do Desenvolvimento.
Apesar de manter a liderança, a oleaginosa rema na contramão das demais commodities e registra recuo nas receitas acumuladas no ano.
Devido à melhora de preços e à demanda externa aquecida para soja e derivados, a Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais) divulgou novas estimativas de receita.
Segundo a associação, as exportações do complexo devem somar de US$ 16,8 bilhões a US$ 17 bilhões. Em 2009, foram US$ 17,2 bilhões.
O efeito da atual elevação de preços no complexo soja será pequeno, no entanto. Produtores e indústrias praticamente já efetivaram as vendas externas deste ano.
Mesmo com os preços elevados, a soja brasileira continua sendo disputada também pelo mercado interno. O processamento das indústrias brasileiras atingirá 33,6 milhões de toneladas.
As exportações da soja em grãos, que atingiram 28 milhões de toneladas na safra passada, devem subir para 29,8 milhões neste ano. A China continua sendo o grande mercado para as exportações brasileiras.
CAFÉ E MILHO
Tradicional item na pauta de exportações, o café também engorda as receitas do país. Os dados da Secex indicam que as exportações renderam US$ 3,4 bilhões neste ano, 26% mais do que de janeiro a setembro de 2009.
O milho também entrou na lista dos produtos importantes para o saldo comercial.
Com preços internos em queda, o governo promoveu leilões para incentivar o escoamento do produto. O resultado foi que as exportações deste ano já somam US$ 1 bilhão, 33% mais que em igual período de 2009.
Fonte: Udop, em 05/10/2010