Até a safra 2009/2010, o percentual era de 67%, segundo o gerente do projeto Etanol Verde da pasta, Ricardo Viegas. A mecanização ajuda a reduzir queimadas.
O fator para o aumento são os investimentos na mecanização em troca da redução de custos. A maioria das grandes usinas já apresenta índice de colheita mecanizada acima dos 75%, mas a Usina São Martinho atinge 90%.
A marca foi registrada na unidade de Pradópolis (a 315 km de São Paulo), na safra 2010/2011. Lá, a São Martinho ba teu, pela segunda vez, recorde mundial de moagem da planta, com 8,4 milhões de toneladas.
Nas três usinas do grupo -São Martinho, Iracema e Boa Vista-, a mecanização alcançou 85,3% na safra. O aumento verificado foi de 0,8 ponto percentual em relação à safra anterior, de 84,4%.
A mecanização e a estagnação da lavoura de cana, aliás, têm sido apontadas como principais fatores para o aumento em 7,2 pontos percentuais (para 63%) da área de cana colhida mecanicamente no Estado.
“Os dados oficiais só serão divulgados no final de março, mas há uma tendência de crescimento na área de cana colhida mecanicamente no Estado, impulsionado por esses fatores”, disse Viegas.
O Estado tem cerca de 5,2 milhões de hectares plantados com cana.
A Cosan, maior produtora de açúcar e etanol do país, por exemplo, apresentou índice de mecanização de 78,1% da cana própria. A empresa faz a renovação do canavial prevendo a colheita mecanizada.
“A intenção é remodelar o canavial para garanti r 100% da mecanização”, disse o diretor financeiro e de relação com investidores da empresa, Marcelo Martins. A Cosan tem 26 fábricas de açúcar e etanol em cinco Estados.
PREOCUPAÇÃO
Segundo Ricardo Viegas, a maior preocupação a partir deste ano é mecanizar a colheita de pequenos e médios produtores. Ele afirmou que a discussão está sendo feita entre órgãos do governo com o objetivo de encontrar uma saída ambiental para o setor.
Segundo estimativa da secretaria, seriam necessárias 5.000 colheitadeiras para toda a cana plantada no Estado. Atualmente, esse número é de 2.600, sendo 170 para fornecedores de cana, geralmente pequenos e médios produtores paulistas.
“Uma alternativa pode ser a formação de consórcios entre os fornecedores [de cana], porque eles integram uma cadeia importante”, disse. O prazo para mecanização é de 2014 para áreas mecanizáveis e 2017 para não mecanizáveis (com declive acima de 12%).
Fonte: Folha de SP, em 18/02/2011