O possível aumento de 5 para 15 por cento da participação da Petrobras no total de produção de etanol no Brasil, desejado pelo governo, deve se dar, principalmente, pelo aumento da produção própria da estatal, com a criação de novos ativos, disse nesta segunda-feira o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão.
“Ela (Petrobras) pode adquirir outras empresas, mas pode abrir novas empresas (usinas), que é o que nós desejamos que ela faça”, disse Lobão à Reuters.
Na sexta-feira, o ministro havia anunciado, após conversa com a presidente Dilma Rousseff, que a Petrobras avançaria, em até quatro anos, para 15 por cento de participação na produção de etanol.
Assim, segundo o ministro, a empresa se tornaria uma referência para o fornecimento e para os preços do combustível.
Os preços do etanol dispararam nos primeiros meses deste ano devido à conjunção de vários fatores, como a relativa maior lucratividade do açúcar, o rápido encerramento e a menor produtividade da safra passada de cana e o grande consumo vindo da crescente frota de veículos flex.
Como o produto é misturado à gasolina, no caso do etanol anidro, a alta dos preços também afetou o derivado do petróleo e acrescentou pressão inflacionária, para a insatisfação do governo.
A Petrobras Bicombustível, braço da estatal para o setor de etanol, pretende elevar seus investimentos no novo plano de negócios que será anunciado possivelmente neste mês, informou o presidente da subsidiária, Miguel Rossetto.
ENERGIA ELÉTRICA
Lobão disse também que o governo está fazendo um estudo sobre a estrutura da tarifa de energia elétrica para tentar reduzir ou minimizar os reajustes das contas de luz. O preço da energia elétrica vem preocupando o governo pelo impacto na inflação.
“Estamos procurando mecanismos, soluções para que a modicidade tarifária se exerça, de fato, ainda neste governo,” disse Lobão, após participar de homenagem da Câmara dos Deputados ao jornal O Imparcial, do Maranhão.
Lobão, porém, minimizou a possibilidade de o governo reduzir os chamados “encargos setoriais” cobrados na tarifa de energia como forma de reduzir a conta.
“Os encargos pesam muito pouco e eles têm destinação nobre”, disse, lembrando que o programa Luz Para Todos, por exemplo, é financiado com recursos da Reserva Global de Reversão (RGR) e da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE).
Fonte: LEONARDO GOY – REUTERS, em 10/05/2011