A Petrobrás reduziu ontem os preços da gasolina e do etanol para os postos revendedores do Estado de São Paulo. O índice foi diferenciado por região e variou de 3% a 9% para a gasolina e de 8% a 20% para o etanol, dependendo da proximidade com os centros de distribuição da BR Distribuidora, da Petrobrás.
Como o Estado adiantou na edição de ontem, a redução também foi acompanhada pela distribuidora Ipiranga, mas em menores porcentuais. As duas distribuidoras respondem por mais de 3 mil dos 8,7 mil postos de São Paulo. Na capital, cerca de 40% dos 2,3 mil postos representam as duas bandeiras.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Revendedores de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo (Sincopetro), José Alberto Gouveia, na capital os preços caíram em R$ 0,20 para o litro do etanol e entre R$ 0,05 e R$ 0,08 para a gasolina. Os postos da BR e Ipiranga, que até terça-feira pagavam R$ 1,74, passaram a pagar R$ 1,54 pelo etanol, uma queda de 11,4%. No caso da gasolina, os preços caíram de R$ 2,50 para R$ 2,42 (-3,2%) nos postos BR e de R$ 2,50 para R$ 2,46 (-1,6%) nos Ipiranga.
No interior de São Paulo, a queda foi maior. Na região de Marília, o preço do etanol para postos BR recuou 19,4%, de R$ 1,80 para R$ 1,45; e o da gasolina 6,3%, de R$ 2,52 para R$ 2,36. “Comprei 10 mil litros de etanol com o novo preço e já repassei a queda para os consumidores”, diz Alair Fragoso, dono de um posto em Pompeia e diretor do Sincopetro na região de Marília.
Em Araçatuba, os postos das duas bandeiras, que pagavam R$ 2,68 o litro de gasolina, passaram a pagar R$ 2,45, queda de 8,5%. Já o etanol, que era comprado a R$ 1,71, foi adquirido por R$ 1,58 o litro, redução de 7,6%.
“No caso da gasolina, a grande queda anunciada não foi tanta”, constata. Na terça-feira, revendedores receberam comunicados por telefone e e-mails anunciando “grande queda de preços” a partir de quarta-feira. Para ele, a redução é tentativa do governo de segurar a inflação.
Gouveia diz que a iniciativa veio novamente atrasada. “O governo deveria ter tomado a atitude em dezembro ou janeiro. Poderia ter importado anidro antes para regular preços ou gasolina antes do aumento, mas deixou para resolver na última hora”, diz. “Isso ocorre há 13 anos e nada garante que não vá ocorrer no fim de 2011 e de 2012.”
Dono de seis postos sem bandeira, um empresário que pediu anonimato lembra que o governo deveria regular o mercado com estoque e pressionar as usinas a reduzirem a produção de açúcar para fazer etanol em época de entressafra. “Não há estoque regulador e deram adeus ao acordo de cavalheiros que previa o abastecimento do mercado. O governo empresta recursos do BNDES para fabricar álcool, mas as usinas fabricam açúcar. Neste ano, deixaram de produzir três bilhões de litros de etanol.”
Segundo Gouveia, o repasse deve ser sentido na bomba no fim de semana, quando a maioria dos postos terá renovado os estoques. Para ele, a tendência é que outras distribuidoras sigam a BR e a Ipiranga. “Nenhuma distribuidora vai querer perder mercado.” No caso das distribuidoras sem bandeira, a queda chegou ao consumidor nos últimos dias. BR e Ipiranga não comentaram a redução e atribuíram a medida à maior oferta e queda de preços de álcool.
Fonte: Udop, em 11/05/2011