O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, ressaltou ontem o “extraordinário” crescimento da produção de etanol no Brasil nos próximos anos, que deverá ser puxado principalmente pela Petrobras.
“A companhia deverá ter apenas destilarias, priorizando a destinação da cana para a fabricação de etanol. Isso, unido à nova regulamentação do setor, subordinado à Agência Nacional de Petróleo (ANP), deverá equilibrar o setor”, comentou.
Segundo estudo da EPE que consta do Plano Decenal de Energia para o período 2011-2020, a demanda de etanol deverá chegar a 73 bilhões de litros ao ano em 2020, um crescimento de 46% sobre a demanda atual. O consumo deverá ser estimulado pelas expectativa de crescimento da frota de veículos que deverá passar de 29,7 milhões para 50,3 milhões de unidades entre 2011 e 2020.
Segundo a projeção da EPE, do total de demanda o anidro deverá representar 7,2 b ilhões de litros, uma queda de um bilhão de litros ante o volume consumido atualmente.
O maior crescimento vai se dar no hidratado de 15,5 bilhões de litros para 55,9 bilhões de litros, puxado principalmente pelos veículos flex que devem passar a representar 78% da frota nacional em 2020, ante 49% atual.
SAFRA DE CANA
Ainda segundo a EPE, para atender a este crescimento da demanda por etanol no País, a estimativa é de que a safra de cana passe dos atuais 625 milhões de toneladas para 1,126 bilhão de toneladas. Porém, com a criação de um maior número de destilarias destinadas apenas para álcool, a projeção da EPE é de que mais cana seja destinada à fabricação de etanol do que para o açúcar.
Gráfico preparado pela EPE, com dados obtidos junto ao Ministério de Minas e Energia, apontam que a produção de cana destinada ao açúcar neste período deverá saltar de 9,89% de 283 milhões de toneladas para 311 milhões de toneladas. Já a produção de etanol deve ter um salto d e 137,6% no período, de 343 milhões de toneladas para 815 milhões.
Fonte: Jornal do Commercio – RJ, em 06/06/2011