Os postos de combustíveis de Rio Preto já estão comprando álcool mais caro das distribuidoras e o preço na bomba deve subir, em média 5%, no fim de semana.
“Acredito que nos próximos dias teremos álcool vendido a R$ 1,55 na cidade”, afirma Roberto Uehara, presidente regional do Sincopetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo).
O principal motivo para o aumento é a queda da produtividade nos canaviais da região Centro-sul que, até o final de maio, renderam menos que o esperado pelas usinas.
Enquanto no ano passado, cada tonelada de cana rendeu 40,63 litros de álcool, até o final de maio deste ano, a mesma quantidade de matéria-prima resultou em 38,99 litros do biocombustível.
“Desde 2007, faltou investimento na qualidade da produção. Por conta da falta de crédito, muitas empresas se endividaram e aquelas que tinham dinheiro em caixa apenas garantiram a solidez do setor com compras e fusões”, explica o porta-voz da Unica (União das Indústrias de Cana-de-açúcar), Sérgio Prado.
Ele afirma, porém que ainda é cedo para prever se a projeção do setor, que era de produzir 25,51 bilhões de litros de álcool durante a safra 2011/2012, terá de ser revisada para baixo.
“Só poderemos fazer uma nova projeção quando as usinas informarem seus resultados parciais, o que só vai acontecer no final do mês”, diz Prado.
Para o coordenador do curso de açúcar e álcool da Unirp (Centro Universitário de Rio Preto) o fator que mais atrapalhou a produtividade foi o clima adverso. “Choveu pouco quando a cana estava se desenvolvendo. Por isso, as plantas produziram pouca matéria-prima para a produção do álcool”, diz.
Na safra passada, a previsão inicial das usinas do Centro-sul era produzir 27,39 bilhões de litros, mas a safra fechou com 25,97 bilhões de litros e o preço do álcool chegou a R$ 1,99 na bomba, em Rio Preto, no período de entre-safra.
MAIS CARO /De acordo com o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), o litro do álcool saia das usinas por R$ 0,70 (descontados os impostos), na segunda semana de junho de 2010. Na semana passada saiu a R$ 1,08, aumento de 54,2%.
Sindicato aposta em novo fim de ano com álcool a preços altos
Para o presidente regional do Sincopetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo), Roberto Uherrara, os consumidores já podem se preparar para um novo fim de ano com o preço do litro do álcool próximo a casa dos R$ 2.
“Tudo indica que teremos uma situação igual ou pior a que vivemos na última entre-safra”, afirma.
Segundo ele, a melhor opção de defesa para os consumidores contra os preços altos é a troca do tipo de combustível (no caso dos motoristas com carros bi-combustíveis).
Já a Unica atribui a escalada dos preços ao fato de o aumento na produção de álcool não alcançar o crescimento da frota de veículos no país.
De acordo com dados da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) só no ano passado foram emplacados 3,2 milhões de veículos leves bicombustíveis novos no Brasil.
Só em Rio Preto, foram vendidos quase 20 mil veículos.
Enquanto isso, a área plantada de cana-de-açúcar manteve-se praticamente inauterada e a previsão inicial é de que o aumento na produção de álcool aumentasse de 25,37 bilhões de litros para 25,51 bilhões, o que representa um aumento de 0,39% em relação a safra anterior.
Em relação ao total de cana moída, a expectativa inicial era de que o aumento ficasse na casa de 2%.
Fonte: Diário da Região, em 16/06/2011