O governo vai incentivar o aumento da área plantada de cana-de-açúcar e dos estoques de álcool no país.
O objetivo é evitar o desabastecimento no mercado, a exemplo do que ocorreu na entressafra deste ano, quando os preços do litro do combustível dispararam e impactaram o custo da gasolina, puxando para cima a inflação.
"O incentivo que vamos dar é para a formação de estoques do etanol, e para renovação dos canaviais. Será empréstimo com juro subsidiado, pelo BNDES basicamente", afirmou o ministro Edison Lobão (Minas e Energia), sem entrar em detalhes.
No curto prazo, o governo avalia reduzir a mistura de álcool anidro na gasolina, vendida hoje nos postos com 25% de álcool misturado. Resolução instituída neste ano permite que essa adição de álcool possa ser reduzida, representando de 18% a 25% da gasolina.
"Se chegarmos à conclusão de que há necessidade para garantir o abastecimento, faremos isso. E, se for necessário, também importaremos alguma quantidade de etanol", observou Lobão.
Com o início da produção, em abril, esperava-se que o preço do álcool tivesse queda contínua e se estabilizasse, até o fim da safra, em novembro. A redução do preço, no entanto, durou até meados do mês passado.
A ANP (Agência Nacional do Petróleo) pretende aprovar até o fim deste mês resolução normativa para o mercado de álcool. Segundo o diretor-geral da agência, Haroldo Lima, a intenção é que os primeiros contratos de longo prazo para o fornecimento de etanol sejam firmados entre produtores e distribuidoras já no mês que vem.