A alta no preço do etanol apresentou aceleração na capital paulista, de acordo com levantamento realizado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) por meio do Índice de Preços ao Consumidor (IPC). Na segunda quadrissemana do mês (período de 30 dias terminado em 15 de julho), o valor médio do combustível subiu 5,66% nos postos de São Paulo, bem mais do que a leve alta de 0,54% observada na primeira quadrissemana do mês (período de 30 dias encerrado em 7 de julho).
Para o coordenador do IPC, Antonio Evaldo Comune, o comportamento do etanol é surpreendente para este período do ano, já que deveria ainda estar com preços mais em conta para o consumidor, dado o recente início da safra da cana-de-açúcar. "O álcool está surpreendente. Pelo nosso histórico de anos anteriores, o preço dele deveria estar bem mais baixo", disse à Agência Estado.
Enquanto o etanol mostra preços mais elevados que de costume, a gasolina permanece em queda no levantamento da Fipe. Na segunda quadrissemana, o combustível recuou 1,48%. A variação negativa constatada pela Fipe ficou, no entanto, menos expressiva que a da primeira quadrissemana do mês, quando houve declínio de 2,47%.
Em outro levantamento sobre os combustíveis, que envolve semanas em vez das quadrissemanas, o instituto destacou que a relação entre o preço médio do etanol e o valor médio da gasolina alcançou o nível de 67,81% na segunda semana de julho na cidade de São Paulo. O número ficou levemente abaixo da marca de 67,83% observada na primeira semana do mesmo mês.
De acordo com especialistas, o uso do etanol deixa de ser vantajoso em relação à gasolina quando o preço do derivado da cana-de-açúcar representa mais de 70% do valor da gasolina. A vantagem é calculada considerando que o poder calorífico do motor a etanol é de 70% do poder dos motores à gasolina.
Para Comune, o nível atual captado pelo levantamento da Fipe também está acima do normal para o período. Segundo ele, essa época do ano costuma mostrar uma relação na casa dos 50% entre o etanol e a gasolina.
O coordenador lembrou que, na segunda semana de julho de 2010, o preço do etanol representava 55,99% do preço da gasolina. No mesmo período de 2009, esta relação estava ainda menor, em 50,74%.