O presidente da Açúcar Guarani, Jacyr da Silva Costa, afirmou ontem que o processamento de cana-de-açúcar nas sete unidades da empresa na safra 2011/2012 deve se encerrar em novembro, consequência de problemas de florescimento da planta, que reduz a produção de sacarose, e de geadas, que comprometeram 3% dos 250 mil hectares que serão colhidos este ano. "A unidade de Tanabi em outubro e as demais em novembro."
O balanço do primeiro trimestre da safra 2011/2012 indicou redução de 1,9% na cana de açúcar processda, 6,7% na produção de açúcar e 8,2% na produção de etanol. Nos meses de abril, maio e junho de 2010, foram colhidas e processadas 5,941 milhões de toneladas contra 5,829 milhões de toneladas em 2011.
A produção resultou em 417 mil toneladas de açúcar contra 474 mil toneladas no mesmo período de 2010. A fabricação de etanol passou de 178 milhões de litros no primeiro trimestre da safra de cana de 2010 contra R$ 164 milhões de litros. A empresa revisou a estimativa inicial de produção de 18,5 milhões de toneladas de cana para 17,1 milhões de toneladas, um volume 7,6% menor mas, mesmo assim acima da estimativa da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), que previu 22,5% a menos que no ano passado.
Mesmo com uma produção menor de matéria-prima, açúcar e álcool, a Guarani registrou um lucro líquido 74,1% maior do que no mesmo trimestre em 2010. No primeiro trimestre desta safra faturou R$ 501.9 milhões contra R$ 288 milhões no mesmo período em 2010. De acordo com o presidente da Guarani, esse montante foi obtido em função de uma maior remuneração pelos produtos.
O mix de produção entre açúcar e etanol ficou estável em relação ao mesmo trimestre do ano passado, com 61,% do mix alocado para açúcar, comparados aos 60,5% registrados no primeiro trimestre de 2010/2011. A cana-de-açúcar proveniente de fornecedores atingiu o mesmo nível de 60% registrado, em linha com a estratégia da Guarani de concentrar o fornecimento de cana em terceiros, e o restante foi cultivado em terras arrendadas pela companhia.
O presidente da Guarani confirmou ontem que a empresa estuda investir, junto com a Petrobras Biocombustíveis, na produção de etanol no continente africano, na usina que mantém em Moçambique. "Está sendo feita avaliação dos investimentos necessários para a produção de etanol mas, certamente serão muito inferiores do que se estivéssemos partindo do zero".
De acordo com Costa, a unidade São José, em Colina, iniciou a produção de etanol e, além do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, do presidente da Petrobras Biocombustível, Miguel Rossetto, a solenidade de inauguração da destilara vai contar com a presença do governador de São Paulo, Geraldo Alckimin.