Alegando escassez de cana no mercado, as usinas aumentaram 8,8% o preço do álcool. A mudança repentina no valor do etanol nas bombas dos postos de combustíveis pegou os motoristas de surpresa ontem, em Rio Preto.
O litro do combustível, que antes era vendido em média a R$ 1,74, subiu para R$ 1,89. Mas quem quiser economizar ainda consegue encontrar álcool por R$ 1,77. Para encher o tanque de um carro popular (45 litros), o rio-pretense terá de desembolsar R$ 85. Já para abastecer o tanque de um carro maior (60 litros), o motorista terá de pagar R$ 113,40.
A fisioterapeuta Débora Borges Garcia, 37 anos, ficou indignada ao parar para abastecer em um posto na avenida Fernando Costa ontem à tarde. "Isso é uma afronta ao consumidor. Estive aqui na segunda-feira e paguei R$ 1,78 pelo litro do álcool. O jeito vai ser deixar o carro na garagem."
De acordo com Roberto Uehara, presidente do Sincopetro (Sindicato do Comércio Varejista de Petróleo) de Rio Preto, a escassez do produto também pode ser atribuída, além da baixa produtividade da cana, ao aumento da frota de veículos flex. Ele afirma que as usinas não estão conseguindo acompanhar o ritmo dos fabricantes de carros.
Ainda segundo Roberto, o preço do álcool deve chegar a R$ 2,50 até o final do ano. "Só no primeiro semestre, o Brasil importou dos Estados Unidos R$ 155 milhões em etanol. O país tem 350 usinas. Para atender o mercado local seriam necessárias 700".