O preço do litro do etanol subiu 5% nos postos de Rio Preto. Ontem, o valor mais praticado era R$ 1,899, ou seja, R$ 0,10 acima do valor mais praticado na semana passada. Com a alta, o álcool deixou de ser vantajoso em vários postos da cidade. Para o etanol ser mais interessante para o motorista que a gasolina, o valor do litro do biocombustível deve ser pelo menos 30% menor do que o do derivado do petróleo, que varia nos postos de Rio Preto de R$ 2,479 a R$ 2,599 o litro. Por exemplo, no posto em que o álcool é comercializado a R$ 1,899 o litro e a gasolina a R$ 2,599, o etanol deixou de ser competitivo. Isso ocorre porque 70% do valor da gasolina equivale a R$ 1,819, portanto abaixo do preço praticado.
A reportagem do Diário percorreu ontem 45 revendedores de diferentes regiões da cidade e observou que em 29 deles o preço já estava perto de R$ 1,90, entre R$ 1,879 e R$ 1,899. Em alguns locais, ontem, ainda era possível encontrar o litro do combustível por valores como R$ 1,729, R$ 1,730, R$ 1,759 e R$ 1,779. Os preços estão sujeitos a alterações a qualquer momento, sem prévio aviso. Segundo o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo (Sincopetro) de Rio Preto, Roberto Uehara, o anúncio do aumento foi feito pelas distribuidoras na última sexta-feira e os postos começaram a fazer o repasse na segunda-feira.
Ele acredita que a tendência continuará de alta de preços. "A venda de gasolina já começa a ultrapassar a venda de etanol em algumas regiões de Rio Preto. Essa opção está ligada ao maior poder aquisitivo do consumidor". Levantamento da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) relativo ao período de 14 e 20 de agosto revela que o valor médio do litro do etanol era R$ 1,784. O valor mínimo era R$ 1,729 e o máximo, R$ 1,969. Ontem, o valor médio passou a R$ 1,849, calculado a partir da constatação feita nos 45 postos pelo Diário. Já o menor valor era R$ 1,729.
Na usina
O aumento para o consumidor acompanha a alta de 5% registrada nas usinas. Nas usinas, os preços do etanol também subiram com força. De acordo com o Cepea, a motivação para os reajustes continuou sendo a demanda das distribuidoras num contexto de oferta relativamente baixa. Entre os dias 8 e 19, o Indicador Cepea/Esalq do hidratado no Estado de São Paulo foi de R$ 1,2102/litro (sem impostos), alta de 4,96% sobre o anterior.
O representante da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica) em Ribeirão Preto, Sérgio Prado, afirma que os motivos para a alta nos preços continuam os mesmos. "A safra está menor. A produção é menor do que o mercado necessita. Isso pressiona os preços", afirmou. A última projeção divulgada pela Unica, no dia 11, aponta para uma moagem de 510,24 milhões de toneladas, uma redução de 4,36% em relação à última revisão, que foi de 533,50 milhões de toneladas, e uma queda de 8,39% sobre o valor final da safra 2010/2011, de 556,95 milhões de toneladas.
Melhor só em quatro Estados
O etanol segue competitivo em relação a gasolina nos postos de combustíveis dos Estados do São Paulo, Goiás, Mato Grosso e Tocantins, de acordo com dados divulgados semanalmente pela Agência Nacional de Petróleo Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), compilados na semana terminada em 19 de agosto. Em 22 Estados e no Distrito Federal, a gasolina está competitiva no bolso no consumidor.
O preço médio da gasolina no Estado de São Paulo ficou em R$ 2,663 por litro na última semana, o que torna o etanol hidratado competitivo na região até R$ 1,8641. Na média da ANP, o preço do etanol em São Paulo ficou em R$ 1,798 por litro, 3,5% abaixo do ponto de equilíbrio entre gasolina e etanol, o que confere maior competitividade ao etanol.
A vantagem do etanol é calculada considerando que o poder calorífico do motor a álcool é de 70% do poder nos motores à gasolina. No cálculo, são utilizados valores médios coletados em postos em todos os Estados e no Distrito Federal. Quando a relação aponta um valor entre 70,00% e 70,50%, é considerada indiferente a utilização de etanol ou de gasolina no tanque de combustível. Segundo o levantamento, em São Paulo, o preço do etanol está em 67,52% do preço da gasolina (até 70% o etanol é competitivo). Em Goiás, a relação é de 64,49% e em Mato Grosso de 61,98%.