As duas maiores centrais sindicais do Brasil, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Força Sindical, vão tentar recuperar as perdas provocadas pelo descompasso entre a correção da tabela do Imposto de Renda e a alta dos preços este ano.
O presidente da Força, deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho, quer discutir com a presidente Dilma Rousseff a revisão dos valores que foram fixados para correção da tabela até 2014, "para diminuir as perdas dos trabalhadores".
Um acordo entre governo e as centrais em março deste ano definiu que, durante o mandato de Dilma, a tabela será reajustada pelo centro da meta de inflação (4,5%). Segundo Paulinho, as centrais imaginavam que a inflação cairia e que seria possível recuperar a perda atual nos próximos anos. "Como tudo indica que isso não vai acontecer, nós ficamos numa situação meio difícil."
Para Artur Henrique, presidente da CUT, mesmo que a tabela seja reajustada no centro da meta, em algum momento será preciso fazer a conta para zerar a inflação. "Não dá para ficar eternamente em 4,5%."
O presidente da CUT diz que a central vai repetir o que fez no final do segundo mandato do presidente Lula. "Fizemos as contas mostrando que se deveria contar a diferença da inflação passada", lembra. "Vamos fazer a mesma coisa e exigir zerar o período da inflação dos quatro anos."