Uso do derivado da cana deixa de ser vantajoso quando seu preço representa mais de 70% do valor da gasolina; etanol apresentou alta de 3,06% na segunda quadrisemana do mês.
A Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) informou nesta segunda-feira que a relação entre o preço médio do etanol e o valor médio da gasolina atingiu o nível de 71,36% na segunda semana de setembro na capital paulista. O número apurado representou aumento ante o divulgado no levantamento da primeira semana do mesmo mês, quando a relação havia sido de 70,66%.
De acordo com especialistas, o uso do etanol deixa de ser vantajoso em relação à gasolina quando o preço do derivado da cana-de-açúcar representa mais de 70% do valor da gasolina. A vantagem é calculada considerando que o poder calorífico do motor ao etanol é de 70% do poder dos motores à gasolina.
O aumento da relação na cidade de São Paulo continua ligado à alta nos preços que o etanol vem apresentando nas pesquisas da Fipe, por meio do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que leva em conta uma base mais ampla de comparação. Na pesquisa referente à segunda quadrissemana do mês (período de 30 dias terminado em 15 de setembro), o combustível apresentou alta de 3,06% ante variação de 2,04% da primeira quadrissemana (período de 30 dias encerrado em 7 de setembro) e respondeu por 8,68% de toda a taxa de inflação na capital paulista, que foi de 0,25%.
Quanto à gasolina, o combustível mostrou alta de 0,23% contra avanço de 0,06% do levantamento anterior. De acordo com o coordenado do IPC, Antonio Evaldo Comune, a tendência não é das mais animadoras. "Daqui em diante, só deve piorar", disse, não descartando que a relação entre os combustíveis alcance níveis ainda maiores por causa da demanda mais forte que a oferta para o etanol.