Atividade industrial paulista deve crescer menos este ano, prevê FiespA atividade industrial neste ano deve ficar aquém dos resultados obtidos no mesmo período de 2010, quando o setor cresceu significativamente. Essa é a opinião de Walter Sacca, diretor do departamento de pesquisa e estudos econômicos da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). "Manteremos um quadro de arrefecimento. A crise internacional exerce influência na nossa indústria e agora estamos vivendo reflexos de medidas tomadas no começo do ano para o desaquecimento da atividade." Para ele, a indústria paulista deve avançar entre 3,5% e 4% no ano.
O indicador de Nível de Atividade (INA), que mede o desempenho da indústria de transformação paulista, registrou alta de 0,8% entre agosto e o mês anterior, considerando os ajustes sazonais, segundo relatório divulgado ontem pela Fiesp. Na comparação com igual mês do ano passado, o INA subiu 3%. No intervalo entre janeiro e agosto de 2011, frente ao mesmo período de 2010, o indicador acumula alta de 2,6%, e nos 12 meses encerrados em agosto deste ano, a expansão é de 3,1%.
O nível de utilização da capacidade instalada da indústria de transformação paulista, com ajuste sazonal, manteve-se em 82,6% em agosto, sem mudanças em relação ao registrado em julho deste ano e agosto de 2010.
O setor de papel e celulose foi destaque negativo em agosto. Em relação a julho, houve uma queda de 0,9%, com ajuste sazonal, na atividade do segmento. "O que acontece com papel e celulose vale para vários setores de matéria-prima. Exportamos celulose e importamos papel", diz Sacca.
O Sensor Fiesp, que mede a expectativa dos empresários para a economia brasileira, ficou em 48,9 para setembro deste ano. Números abaixo de 50 pontos são considerados pessimistas. O índice, no entanto, teve ligeira alta em relação a agosto, quando ficou em 48,5.
Os estoques da indústria são a maior preocupação dos empresários. No Sensor, eles puxaram o indicador para baixo, ficando em 38,1. Esse índice é o mais baixo para estoques desde abril de 2009, quando ficou em 34,7. "Enquanto a indústria cresce cerca de 4%, o comércio avança até 14% em 2011. Essa diferença é alimentada pelos produtos importados", diz Sacca.
Na contramão dos estoques, a expectativa dos empresários para o mercado ficou pelo oitavo mês consecutivo acima de 50 pontos, fechando setembro em 54,5. "Isso reflete tanto a exuberância do nosso mercado para a indústria local, como para o mercado externo" (Valor, 30/9/11)