A Bunge, uma das maiores processadoras de soja do mundo, registrou recuo em praticamente todos os seus segmentos de negócio no terceiro trimestre do ano fiscal, com exceção do setor de fertilizantes. Em comunicado, a multinacional americana informou que o ganho líquido da companhia no período recuou 34%, reflexo de perdas cambiais de US$ 127 milhões e margens menores, que mascararam a receita maior oriunda de produtos agrícolas. De acordo com a empresa, a receita líquida subiu 34%, para US$ 15,6 milhões, enquanto o volume registrou alta de 10%. Mas o lucro recuou US$ 140 milhões frente aos US$ 212 milhões do mesmo período do ano passado.
Segundo Alberto Weisser, CEO e chairman da companhia, o terceiro trimestre foi um período particularmente volátil, onde o gerenciamento de risco dos segmentos de agronegócios e bioenergia e açúcar foram desafiadores. Ele explicou que o volume menor de moagem de cana devido ao contínuo impacto da seca pesou nos resultados da empresa. Ao mesmo tempo em que o ambiente macroeconômico apresenta incertezas, há razões para esperar resiliência nos negócios, disse o executivo.
Weisser citou as previsões do USDA, o Departamento de Agricultura americano, de alta de 5% e 4% na demanda global de farelo e óleo de soja, respectivamente. Lembrou ainda que mesmo em momentos de crescimento econômico baixo, o mundo preciso de suprimentos adicionais de culturas, o que deverá fazer com que os preços permaneçam atraentes aos produtores rurais. Também prevemos uma performance melhor do segmento de açúcar e bioenergia em 2012, afirmou.
Os preços de etanol e açúcar no Brasil permanecem altos por causa das incertezas em relação à safra no Centro-Sul do país. A oferta apertada tanto de grãos quanto óleo de soja, combinada com uma demanda global forte por esses produtos, vem garantindo o bom desempenho da empresa nos trimestres anteriores. No terceiro trimestre, o segmento agrícola que inclui o processamento e a comercialização de grãos teve uma alta 29% na receita.