O indicador Esalq/BM&F Bovespa para o etanol hidratado em Paulínia (SP) teve ontem sua primeira alta, após 14 dias consecutivos de queda. O biocombustível fechou o dia de ontem a R$ 1.128 o m3, alta de 0,13%. O mercado pode ter encontrado um ponto de equilíbrio, diz o diretor da Bioagência, Tarcilo Rodrigues.
Desde o dia 11 de janeiro, os preços do etanol hidratado caem sem interrupções. No acumulado desse período até terça-feira, dia 31, a retração havia atingido 10,9%. Rodrigues avalia que quando essa queda na usina chegar ao consumidor final, nos postos, a demanda voltará a se aquecer e pode haver espaço para alguma recuperação nos preços à indústria.
Nas últimas duas semanas, a queda do preço do biocombustível ao motorista brasileiro foi um pouco mais lenta do que na usina. Na semana entre 22 e 28 de janeiro, por exemplo, a retração na bomba no Estado de São Paulo foi de 0,95%. Na semana anterior, entre 14 e 21 de janeiro, a queda registrou 1,20%, de acordo com levantamento feito pela Agência Nacional do Petróleo (ANP).
Esse recuo ainda não alterou a relação do etanol com o preço da gasolina, que permanece na casa dos 70%, nível em que é indiferente para o consumidor abastecer com etanol ou gasolina.
Rodrigues observa que esses patamares de remuneração às usinas – na casa dos R$ 1,128 por litro – já significa às unidades venderem o produto abaixo do custo de produção, que nessa safra, de forte quebra de produtividade, subiu muito. "Em sendo recuperados os canaviais, os custos voltam para níveis mais ´normais´", diz ele.