Manifestantes participam nesta quarta-feira de ato em frente a Assembleia Legislativa de São Paulo contra a desindustrialização e pelo emprego, chamado de Grito de Alerta, em evento que reuniu, em torno de uma pauta conjunta, trabalhadores e patrões.
O protesto acontece no dia seguinte ao anúncio pelo governo de medidas para estimular a produção da indústria brasileira, em um pacote estimado em R$ 60 bilhões em renúncia fiscal do governo somente neste ano.
O movimento foi convocado em conjunto por entidades trabalhistas e patronais –Força Sindical, Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sindicato dos Metalúrgicos do Grande ABC, Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).
A meta dos organizadores era mobilizar pelo menos 80 mil pessoas. A Polícia Militar ainda não terminou os cálculos, mas afirmou que total de presentes é bem inferior ao esperado.
Pela manhã, chegou-se a afirmar que a manifestação reuniu 90 mil pessoas. A informação, incorreta, foi apresentada por um coronel reformado da Polícia Militar que hoje presta serviços à Força Sindical. Ele havia sido apresentado pelo deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), presidente da Força, como integrante do comando da PM no local, o que foi desmentido posteriormente pela polícia.
Os manifestantes cobram do governo federal redução dos juros, mudança na política cambial e o fim da guerrra fiscal entre Estados.
O movimento quer chamar a atenção do governo e alertar a sociedade para o problema da desindustrialização, que segundo os sindicalistas, está diminuindo a produção, fechando empresas e gerando desemprego em vários setores da economia.
O ato poderá mudar o status das mobilizações nacionais contra o processo de desindustrialização no país. Em certo sentido, reforça um movimento nacionalista que brota em vários setores da indústria e do movimento sindical.