Ao contrário do que previa o governo, a atividade econômica brasileira entrou 2012 desacelerando. De acordo com o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), o primeiro trimestre deste ano registrou alta de 0,15% quando comparado com o quatro trimestre do ano passado.
Essa velocidade é menor em relação à que foi vista entre outubro e dezembro passados, quando o indicador mostrou expansão de 0,20% sobre o trimestre imediatamente anterior.
O BC mostrou ainda nesta sexta-feira (18) que o IBC-Br recuou 0,35% em março frente a fevereiro, mantendo a tendência de contração vista nos últimos três meses. Em fevereiro, quando comparado com janeiro, o índice mostrou queda de 0,38%, número revisado em relação ao divulgado anteriormente (-0,23%).
O IBC-Br incorpora estimativas para a produção nos três setores básicos da economia -serviços, indústria e agropecuária.
Economistas ouvidos pela agência de notícias Reuters previam alta de 0,50% na variação mensal.
Crise econômica e desaceleração da indústria
No ano passado, o PIB brasileiro registrou expansão de apenas 2,7%, sendo que apenas no quarto trimestre expandiu 0,3%, indicando que a atividade estava se recuperando.
O agravamento da crise externa, sobretudo com os problemas na zona do euro, estão impedindo que a economia brasileira retome o fôlego, avaliam o governo e especialistas.
O setor mais afetado é o da indústria, que vem registrando retrações. Em março, por exemplo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a produção industrial havia recuado 0,5% frente a fevereiro, fechando o primeiro trimestre do ano também com perdas de 0,5% sobre o quatro trimestre de 2011.
Medidas para acelerar a atividade
Por isso, o governo anunciou medidas para acelerar a atividade e estimular o consumo. As mais recentes aconteceram no início de abril, num pacote de pouco mais de R$ 60 bilhões entre desonerações e nova injeção de capital no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
O mercado projeta que o PIB crescerá 3,20% neste ano, segundo pesquisa Focus do BC divulgada na segunda-feira. Também como parte dos estímulos do governo, os agentes econômicos esperam que o BC continue reduzindo a taxa básica de juros (Selic) –hoje a 9% ao ano– para 8% neste ano.