De acordo com Francisco Nigro, pesquisador e professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), o carro nacional abastecido com etanol pode emitir menos gás carbônico que um carro elétrico rodando nos Estados Unidos.
Em princípio, a comparação parece absurda, já que o carro elétrico não emite poluentes nem gases-ele sequer tem escapamento.
Mas a conta leva em consideração a emissão de CO2 de toda a cadeia, incluindo a gerada para produzir o combustível. Nos EUA, boa parte da energia elétrica vem de termoelétricas movidas por fonte fóssil e poluidora.
"No caso do automóvel flex abastecido com etanol, cerca de 85% do gás carbônico emitido por ele e pela cadeia produtiva do combustível vegetal é absorvido pela própria cana-de-açúcar, matéria prima do etanol", afirma Nigro.
Mas, se a energia para alimentar o carro elétrico viesse de hidroelétricas, abundantes no Brasil, o veículo movido a etanol deixaria de ser o mais "verde" dos dois.
Incentivo Fiscal
Apesar de a energia elétrica nos EUA e em países da Europa não terem origem totalmente "limpa", há incentivos fiscais para a compra de veículos elétricos. Assim, a poluição causada pelo carro ficaria concentrada no entorno das termoelétricas, e não nas cidades onde ele circularia.