Combustíveis ficam mais caros em Rio Preto

Depois de promoverem algumas promoções há quase um mês, os postos de combustíveis de Rio Preto voltaram a aumentar seus preços. O Diário visitou ontem 40 postos nas mais diversas regiões da cidade e encontrou locais em que o etanol era comercializado a R$ 2,09. A gasolina também já está acima do preço praticado em fevereiro, chegando a custar R$ 2,99 em alguns postos. 

Com a variação, aquela velha dúvida surge: qual dos dois combustíveis é mais vantajoso? Para saber, basta dividir o valor do etanol pelo valor da gasolina. Se o resultado for menor que 0,7, o etanol ainda compensa. Caso contrário, opte pela gasolina. Em Rio Preto, atualmente, considerando os dois maiores valores encontrados pelo Diário, o resultado é de 0,698, o que torna a decisão indiferente. 

No sistema de levantamento de preços da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que visita estabelecimentos de todas as cidades para controle dos preços, os dois combustíveis tiveram variações positivas nas duas últimas semanas. Na semana que foi do dia 9 ao dia 15 de fevereiro, o etanol era encontrado a um preço médio de R$ 1,83. Na seguinte, de 16 de fevereiro a 22 do mesmo mês, o combustível registrou um aumento de 4,91%, comercializado a um preço médio de R$ 1,92. Já do dia 23 de fevereiro ao dia 1 de março, o preço médio era de 1,98, alta de 3,12%. 

Com a gasolina, o movimento foi semelhante. Na semana que foi de 16 a 22 de fevereiro, o combustível era encontrado a um preço médio de R$ 2,91, uma elevação de 3,19%, em relação à semana anterior (9 a 15 de fevereiro), quando custava o preço médio de R$ 2,82. Já no último levantamento da ANP, na semana que foi de 23 de fevereiro a 1 de março, a alta foi de 2,06% e o valor praticado em média era de R$ 2,97. 

Na pesquisa de preços feita pela reportagem, os valores mais baratos encontrados foram de R$ 1,94, para o derivado da cana-de-açúcar, e de R$ 2,94, para o derivado do petróleo. De acordo com o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo (Sincopetro) de Rio Preto, Roberto Uehara, as altas são reflexo direto da mudança nos valores praticados pelas usinas de cana-de-açúcar. 

Clima e oferta explicam reajustes de preços 

De acordo com presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo (Sincopetro) de Rio Preto, Roberto Uehara as usinas subiram seus preços, isso chegou às distribuidoras de combustíveis e elas tiveram que repassar para os postos, chegando assim às bombas. O fato é reflexo da falta de produto disponível e das dificuldades climáticas enfrentadas nos últimos meses. "A cana é uma cultura que não pode com excessos. Recentemente passamos por um momento de seca que afetou diretamente na produção. " 

Para Sérgio Prado, representante da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica) em Ribeirão Preto, o reajuste é um reflexo da demanda elevada aliada ao período. "O etanol já não é mais tão competitivo quanto antes, mas ainda é muito utilizado. No entanto, a oferta não é compatível com o merca. Além disso, estamos na entressafra". 

Se nas causas ambos possuem opiniões semelhantes, nas expectativas para o futuro as apostas são diferentes. Uehara acredita em novos aumentos. "Vivemos um momento difícil para o setor. A situação da Petrobras é séria, estamos mais de 10% defasados. Novos aumentos devem vir a qualquer momento", afirma. Prado é mais otimista. "Na primeira quinzena de abril começa a safra 2015/2016 e a maioria das empresas já começam a moer cana, o que deve melhorar a situação". 

 
 

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