O Grupo Moreno vai melhorar a sua proposta do plano de Recuperação Judicial (RJ) que será apresentada até o próximo dia 28 para ir a votação em nova assembleia de credores, marcada para o dia 11 de novembro. Esse foi o saldo da reunião realizada no último dia 30. O grupo que atua no setor sucroenergético tem dívidas da ordem de R$ 2 bilhões, das quais R$ 1,5 bilhão apenas com os bancos, os maiores entre os cerca de 7 mil credores. “Esperamos que dessa vez os bancos aprovem. Já vimos muitas empresas entrarem com plano de recuperação judicial e se recuperarem. Eles precisam dessa chance para manterem as empresas em pé. Os credores precisam dar essa chance. Desde que pediram a RJ o Grupo vem cumprindo os seus compromissos. Vamos aguardar agora que a proposta seja aprovada”, afirmou o presidente do Sindalquim, João Pedro Alves Filho.
Segundo a ata da assembleia, a atualização do plano envolve a criação de três unidades produtivas a serem compostas com os ativos CEM, de Luiz Antonio, da CEMMA, de Monte Aprazível, e da Coplasa, de Planalto. O valor mínimo a obtido com a venda deverá ser de R$ 1 bilhão – R$ 900 milhões em até dois anos e R$ 100 milhões em prazo de até três anos. Ainda segundo o documento, deverá ser mantida operação remanescente com geração de caixa anual compatível com o cronograma anual de amortizações do endividamento total remanescente de forma fundamentada. Ou seja, apenas duas das 3 UPIs criadas pelas recuperandas deverão ser efetivamente alienadas. Caso o valor mínimo não seja atingido, as recuperandas providenciarão outras formas de obtenção de recursos, por meio de venda de imóveis ou outros ativos, a serem descritos no plano.
Segundo declarações presentes na ata da assembleia, há um alinhamento de posições entre a empresa e vários credores, o que aponta para a elaboração de um documento que, desta vez, deve ser o final. De acordo com o documento, a venda das unidades produtivas isoladas fará frente aos pagamentos dos credores, sendo que a última, que não será alienada, conseguirá dar continuidade às suas atividades.
O grupo Moreno é composto por três usinas, uma em Luiz Antonio, uma em Monte Aprazível e outra em Planalto. As três, que estão em operação, têm capacidade para moer 13 milhões de toneladas de cana por ano, produzindo açúcar e etanol. O grupo emprega 5 mil pessoas e tem influência na economia de 52 municípios. O pedido de RJ foi feito em setembro do ano passado em função da crise do setor e endividamento do grupo. Na safra atual, as três unidades do grupo vão processar 9,060 milhões de toneladas de cana, que originarão 13,8 milhões de sacas de açúcar e 323,7 mil metros cúbicos de etanol. (Fonte: Diarioweb)