A cotação do álcool combustível nas usinas paulistas disparou nas últimas semanas e donos de postos já alertam para um repasse ao preço de bomba do combustível. Em apenas duas semanas, o álcool hidratado subiu 18,5%, segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da USP (Cepea). Já o álcool anidro, que é misturado à gasolina, teve alta de 27,3% no período. Especialistas acreditam que a tendência dever ser revertida em breve, com o inicio da safra de cana-de-açúcar.
Em nota distribuída ontem, o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo (Sincopetro) informou que, até o final da semana, o preço do álcool hidratado deve subir nos postos paulistas. A alta do anidro também deve ter reflexos no preço da gasolina, diz o texto, uma vez que o produto representa 23% da mistura vendida pelos postos, chamada gasolina C.
O preço do anidro nas usinas de São Paulo vem subindo há cinco semanas, segundo a pesquisa do Cepea. “É um problema crônico, todo ano acontece a mesma coisa”, reclama o presidente do Sincopetro, José Alberto Paiva Gouvêa. Apenas na última semana, a cotação do álcool anidro nas usinas subiu 10,3%, atingindo os R$ 1,07 por litro. Já o álcool hidratado teve alta de 7,8% no período, para R$ 0,96 por litro.
As distribuidoras de combustíveis confirmam que estão pagando mais caro para renovar o estoque e o repasse para o consumidor é dado como certo, variando apenas de acordo com a política de cada empresa.