Apesar de o número de postos de trabalho na indústria ter permanecido estável em março frente a fevereiro, houve um avanço de 2,2% no emprego na comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado, a décima quarta taxa positiva nesse tipo de comparação, mostra que, embora o ritmo de contratações de trabalhadores venha desacelerando, o mercado de trabalho mantém um quadro positivo.
“Houve um crescimento disseminado do emprego, tanto nas regiões quanto entre os setores pesquisados”, disse André Macedo, gerente da Coordenação da Indústria do IBGE.
Segundo o economista Rafael Bacciotti, da Tendências Consultoria Integrada, a desaceleração no crescimento do emprego na indústria está associada a uma elevada base de comparação, já que 2010 teve bons resultados.
“Este quadro deve se manter no curto prazo, acompanhando uma atividade industrial ainda modesta”, previu Bacciotti.
O Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial lembrou que o desempenho da indústria foi bastante desfavorável nos últimos nove meses de 2010, com queda de 2,2% da produção de abril a dezembro, mas que o emprego no setor não sofreu tanto no período.
“Ficou praticamente estagnado. Ou seja, a indústria manteve seus postos de trabalho num momento adverso e, provavelmente, por isso não se observa agora, quando da retomada de sua produção, uma reação mais forte e robusta de seu emprego”, analisou a instituição.
São Paulo. No primeiro trimestre de 2011, o emprego industrial acumula uma alta de 2,6%. Treze regiões ampliaram o número de trabalhadores, sendo o resultado puxado, sobretudo, por São Paulo. As contratações na região cresceram menos do que a média nacional, 1,5%, mas a importância do parque industrial paulista aumenta o impacto do resultado local no resultado geral.
A boa performance de São Paulo pode ser explicada, em parte, pela predominância dos setores que apresentaram maior avanço no primeiro trimestre, como os meios de transporte, produtos de metal e máquinas e equipamentos, entre outros.
Já o número de horas pagas aos trabalhadores em todo o Brasil recuou 0,3% em março frente a fevereiro, após ter subido 1% no mês anterior. A queda tem relação com a quantidade de horas extras e de dias úteis trabalhados, que foram menores por causa do carnaval, que este ano aconteceu em março.
O valor da folha de pagamento real dos trabalhadores da indústria cresceu 0,5% na comparação com fevereiro, a terceira taxa positiva seguida. No acumulado do ano, o crescimento foi de 6,7%, e, em doze meses, a folha de pagamento acumula alta de 7,6%, o maior resultado desde abril de 2005.
“A alta está relacionada ao pagamento da participação dos lucros e a ganhos reais, mas também porque há um número maior de pessoas contratadas no mercado de trabalho”, avaliou Macedo.
Crescimento
2,6% foi quanto cresceu o emprego industrial no 1º trimestre
13 regiões ampliaram os trabalhadores
6,7% foi o aumento anual da folha no 1º trimestre
Fonte: Estado de SP, em 13/05/2011