Puxado pela antecipação da safra de cana-de-açúcar, o Indicador de Nível de Atividade (INA) da indústria paulista cresceu 0,6% em abril, ante março, com ajuste sazonal, de acordo com dados divulgados ontem pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Sem ajuste sazonal, o INA caiu 2,2% na comparação com março. Em relação a abril de 2010, a atividade industrial paulista teve alta de 2,2% e no acumulado de janeiro a abril deste ano, de 4%.
A Fiesp revisou os resultados do indicador de março, ante fevereiro. Com ajuste sazonal, o INA passou de um crescimento de 0,2% para uma variação negativa de 0,1%. Sem ajuste sazonal, o INA foi ajustado de uma elevação de 7% para 6,3%.
O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) caiu para 81,8% em abril, sem ajuste sazonal, ante 82% em março. Com ajuste sazonal, o Nuci diminuiu de 83% para 82,3% em abril.
A confiança dos industriais paulistas também sofreu deterioração em maio. A pesquisa Sensor registrou 51,1 pontos em maio, ante 54,9 pontos em abril. Dos cinco itens que compõem a pesquisa, três recuaram: mercado, que passou de 54,6 em maio, ante 60,6 em abril; estoques, de 44,3 pontos em maio, ante 53,5 em abril e emprego, de 48,9 pontos em maio, ante 53,8 em abril.
O item vendas, na avaliação da Fiesp, apresentou estabilidade, ao passar de 52,6 pontos em abril para 50,7 em maio. O único item com crescimento foi o de investimento, que evoluiu para 57,1 pontos em maio, ante 54,3 em abril. Na pesquisa, resultados acima de 50 pontos indicam otimismo.
Safra. A antecipação da safra de cana-de-açúcar puxou o crescimento da atividade industrial paulista em abril. De acordo com o diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp, Walter Sacca, as vendas reais do setor de coque, refino de petróleo, combustível nuclear e produção de álcool dobraram de março para abril, com crescimento de 101,4%, com ajuste sazonal.
O INA do setor cresceu 0,7% com ajuste em abril na comparação com março e 8,9% sem ajuste sazonal.
Nos demais setores industriais, a tendência em abril foi de acomodação e estabilidade, segundo Sacca. As vendas reais da indústria como um todo aumentaram 3,1%. “Esse desempenho foi puxado pela atividade das usinas de álcool.”
Outros setores, por exemplo, tiveram desempenho bem mais estável. Foi o caso da indústria de produtos químicos, petroquímicos e farmacêuticos, cujo INA caiu 0,3% em abril ante março com ajuste sazonal e diminuiu 8,1% sem ajuste. “Esse desempenho mostra o início de uma tendência de queda de atividade. O setor tem sofrido muito com os efeitos da valorização do câmbio e os importados já representam 1/3 do mercado”, disse Sacca.
Fonte: O Estado de SP, em 30/05/2011