O reajuste de 40,82% anunciado para o GNV (Gás Natural Veicular) tornará o insumo inviável para os postos de combustíveis, avalia o presidente do Regran (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do ABC), José Antônio Gonzalez Garcia, o Toninho.
“Com certeza é o fim. Para o posto ficará inviável porque, além do investimento alto para a implantação do sistema, teve posto que chegou a gastar R$ 2 milhões, e há muitos gastos com manutenção. Além do mais, com esse aumento o GNV que hoje custa entre R$ 1,09 e R$ 1,20 passará a custar entre R$ 1,50 e R$ 1,70, portanto, mais caro que o álcool”, explicou.
O resultado é que muitos consumidores que usam o GNV migrariam para o álcool, que passa a ser mais econômico. “A única vantagem real do GNV era o preço, já que seu uso acarreta perda de potência do motor. Agora, nem isso.”
Garcia disse que não está surpreso com o aumento por causa da crise energética do ano passado, envolvendo o fornecimento de gás natural pela Bolívia.
“O governo brasileiro teve de engolir um reajuste no fornecimento e foi segurando, esperando os contratos chegarem ao fim para aumentar os preços agora, hora de renegociação. No final sobrou para os postos e para o consumidor.”
Garcia lembrou que, ao contrário do álcool e da gasolina, não é possível fazer estoque de GNV porque ele chega mediante encanamento.
“Por isso, o reajuste é imediato. De sábado para domingo todo mundo estará cobrando mais”.
Quanto ao preço do álcool, o presidente do Regran acredita que não haverá aumento por conta desta safra, que é recorde.
“A tendência é de queda do álcool. Quanto à gasolina, o governo foi esperto em reduzir a Cide (imposto que incide sobre o combustível) para evitar elevação de preço”, comentou.
Fonte: Diário do Grande ABC, em 31/05/2008