Alguns municípios recentemente aprovaram leis proibindo as sacolas plásticas, o que nos priva da escolha da embalagem mais adequada para carregar as compras e impede que as sacolas sejam reutilizadas para acondicionar o lixo doméstico, com grande benefício ambiental e para a saúde pública.
É fundamental esclarecer que o problema não é o produto, e sim o que se faz com ele. A questão está no desperdício e no descarte incorreto. Sem educação, qualquer produto continuará sendo descartado inadequadamente.
Nesse sentido, a cidade de Blumenau (SC) deu o exemplo, lançando a Escola de Consumo Responsável. Ela promove o uso de sacolas fabricadas dentro da norma ABNT nº 14.937. Mais resistentes, suportam as compras sem que seja necessário colocar uma dentro da outra. Evitando a duplicidade, reduz-se o desperdício.
Tal escola capacita o varejo sobre o uso responsável e descarte correto das sacolas para que se torne multiplicador de tais conceitos.
E, pela primeira vez, a capacitação se estende a professores da rede pública. Os 1.200 professores estaduais e os 2.200 municipais de Blumenau estão sendo preparados para orientar os 70 mil alunos e os consumidores da região. Varejo e escola recebem cartilhas específicas, que reforçam os ensinamentos.
A iniciativa parte do princípio de que a preservação ambiental é responsabilidade de todos: poder público, indústria, varejo e sociedade. Em Blumenau, formou-se uma ampla articulação entre a prefeitura, as secretarias municipais de Educação e de Desenvolvimento Econômico e a Secretaria da Educação do Estado.
Também participaram o Senac, a Acats (Associação Catarinense de Supermercados), o Singavale (Sindicato dos Supermercados e do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios de Blumenau e Região), a Câmara dos Dirigentes Lojistas de Blumenau, a Plastivida, o Instituto Nacional do Plástico e a Abief (Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Flexíveis).
A Escola de Consumo Responsável integra o Programa de Qualidade e Consumo Responsável das Sacolas Plásticas, outra iniciativa conjunta de Plastivida, INP e Abief, que reduziu em 22,5% o consumo de sacolas plásticas no Brasil nos últimos anos, com meta de chegar aos 30% ao final de 2012.
Nas capitais em que ela já foi implantada, treinou-se o pessoal de frente de caixa dos supermercados, que hoje orienta os consumidores a evitar o desperdício.
Não há alternativas consistentes para substituir as sacolas plásticas.
Econômicas, resistentes, práticas, higiênicas e inertes, são reutilizáveis e 100% recicláveis. Estudo encomendado pelo governo britânico sobre o impacto ambiental de diversos tipos de sacolas mostrou que a de plástico tem o melhor desempenho. Ela apresenta a menor geração de CO2 em seu processo produtivo e consome menos matéria-prima.
Espera-se que Blumenau inspire outras localidades, porque somente com uma visão ampla, focada na educação, e com articulação de toda a sociedade, é que conseguiremos eficácia na defesa do meio ambiente, sem que a população seja penalizada.