As usinas da região Centro-Sul do país processaram 40,4 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na primeira quinzena de julho, volume 2,3% superior ao do mesmo período de 2010. Apesar disso, o ritmo da safra atual ainda é bem mais lento que o observado no ano passado. Do início de abril até 15 de julho, foram processadas 217,4 milhões de toneladas de cana, 14,8% a menos que no mesmo intervalo de 2010, segundo a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica). De acordo com a entidade, o volume é 14,8% inferior à moagem de 255,2 milhões de toneladas registrada em igual período da safra passada.
A produção de álcool anidro – que é misturado à gasolina – cresceu 14,3% neste ano, totalizando 3,16 bilhões de litros. No entanto, o volume produzido de etanol hidratado, combustível usado nos carros flex, baixou 31,8%, para 5,53 bilhões de litros. Na soma das duas modalidades, a produção de etanol recuou aproximadamente 20% neste ano, o que mantém as cotações em patamares altos, nas usinas e nos postos.
Açúcar
De acordo com a Unica, a fabricação de açúcar somou 2,58 milhões de toneladas na primeira quinzena deste mês, volume praticamente idêntico ao produzido em igual período de 2010 (2,51 milhões de toneladas). No acumulado desde o início da safra 2011/2012, a produção de açúcar atingiu 11,93 milhões de toneladas, com queda de 14,9% em relação à safra passada. A defasagem em relação à safra passada já supera dois milhões de toneladas, volume que pode não ser recuperado, dependendo da evolução da produtividade agrícola.
Produtividade menor
No acumulado desde o início da safra, a concentração de açúcar total recuperável (ATR, um indicador de produtividade) caiu 3,2%. Essa queda foi provocada por maior florescimento, geada em algumas regiões e o menor desenvolvimento da planta em função da estiagem prolongada de 2010, o que prejudicou a concentração de sacarose na cana.
Por causa da queda na produtividade, a Unica revisou para baixo, há algumas semanas, suas estimativas de produção neste ano. A associação sinalizou uma quebra de 35 milhões de toneladas em relação às previsões iniciais – um aperto na oferta que tende a prolongar o ciclo de alta do álcool e também do açúcar. Nas contas da Unica, a produção total de etanol deve recuar 11,2% em relação ao ano passado, para 22,54 bilhões de litros, e a de açúcar, 3,4%, para 32,4 milhões de toneladas.