Cresceu o número de postos de combustíveis em Rio Preto vendendo o litro do álcool abaixo de R$ 1. Levantamento realizado ontem (18/06) pelo Diário em 40 estabelecimentos por toda a cidade mostrou que 10 deles vendiam o produto a R$ 0,99. Na terça-feira, o posto Arco-Íris foi o primeiro a baixar o preço. Entre os estabelecimentos pesquisados, o preço mais praticado foi R$ 1,03, encontrado em 19 revendedores. Já o preço máximo do litro, R$ 1,10, foi observado em apenas um local. Outros valores praticados pelos postos ontem foram R$ 1,02; R$ 1,04; R$ 1,05 e R$ 1,09. Para o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo (Sincopreto), Roberto Uehara, a única justificativa para essa queda de preços é a guerra de mercado. “Não sei como esses postos de combustíveis estão vendendo o litro do álcool a esse preço.”
Segundo Uehara, o custo do litro do álcool para o revendedor está entre R$ 0,92 e R$ 0,95 e o ideal era que fosse vendido entre R$ 1,25 e R$ 1,30. “A redução é pontual. Houve aumento nas usinas, haverá nas distribuidoras e, em breve, repasse ao consumidor.” O posto Brasília, na Avenida Fernando Costa, foi um dos que reduziu o preço para R$ 0,99 para manter a competitividade. Até as 14h30 de ontem, o litro era vendido por R$ 1,05. “Os postos da redondeza baixaram o valor e resolvemos seguir para não perder clientes, mesmo que o lucro diminua”, afirmou o frentista e caixa Ésar Aparecido Damaceno. Pesquisa do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq) mostra que, depois de cinco quedas consecutivas no preço nas usinas, a semana passada registrou alta de 0,99%, com o litro na indústria sendo vendido a R$ 0,6390.
Usinas ganham com MP
A Medida Provisória (MP) 425, aprovada terça-feira à noite na Câmara dos Deputados, que alterou a cobrança de PIS/Cofins na produção e na distribuição do álcool, prevê o aumento na fatia do recolhimento dos tributos de 25% para 40% nas usinas e a redução de 75% para 60% nas distribuidoras. Mesmo com esse aumento no porcentual do PIS/Cofins, a MP 425, se aprovada pelo Senado e regulamentada pela Secretaria da Receita Federal, representará uma vitória do setor sucroalcooleiro. A MP 425 é derivada da MP 413, que previa 100% do recolhimento de PIS/Cofins nas destilarias de álcool, o que mobilizou o setor produtivo de açúcar e álcool na tentativa de um acordo com as distribuidoras, após o fracasso da pressão inicial feita sobre os deputados federais.
Fonte: Diário da Região, em 19/06/2008