A expansão do mercado de carros flexíveis deve dar ao álcool 60% da demanda brasileira de combustíveis dentro de seis anos. A previsão é do presidente da Unica, que representa a agroindústria canavieira, Eduardo Pereira de Carvalho.
Atualmente a fatia atendida pelo álcool é de 43%. Para Carvalho, está surgindo uma “fantástica oportunidade de acabarmos com o mercado da gasolina”, tanto para abastecer carros flexíveis como para mistura ao combustível derivado de petróleo.
O presidente da Unica estima que, em 2012, o mercado interno de álcool, hoje em torno de 13 bilhões de litros, pode chegar a até 28 bilhões de litros se o ritmo de crescimento do setor sucroalcooleiro for mantido.
A expectativa dos produtores é de que seja revogada ou reduzida a sobretaxa cobrada pelos EUA. A superação desse obstáculo implicaria, na avaliação dos usineiros, grande salto das exportações de álcool. Não só para os americanos como a outros países que usam o produto timidamente como combustível automotivo.
Para entrar nos EUA, o álcool brasileiro paga US$ 0,54 por galão, o que afugenta os produtores. A categoria aponta um contra-senso do parceiro do Hemisfério Norte, que produz álcool combustível com milho a um custo muito superior ao do produto brasileiro.
Carvalho diz não acreditar que o presidente George Walker Bush vá tentar convencer o Congresso a mudar a legislação que impôs a tarifa sobre o álcool negociado pelo Brasil. Para ele, seria “conversa de surdo-mudo”.
Jornal Bom dia – 13/04/2007