O preço médio do litro do etanol em Piracicaba em agosto deste ano está 26% mais caro que o valor médio encontrado no mesmo período do ano passado em termos nominais – sem considerar a inflação do período. Foram 130 postos pesquisados na cidade pela Agência Nacional de Petróleo (ANP), que apontaram o custo médio do litro de R$ 1,791 no mês passado, contra R$ 1,416 em igual período de 2010.
Em plena safra, quando os preços tenderiam a cair, o aumento do preço é resultado do desequilíbrio entre oferta e demanda. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Escola Superior de Economia Luiz de Queiroz (Esalq), a demanda tem sido aquecida com a venda de carros flex e a oferta não tem acompanhado, já que a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) divulgou que a produção tem sido abaixo da expectativa.
Apesar da alta, o preço médio do litro do combustível em agosto é um dos mais baixos entre sete meses do ano. A maior elevação do preço médio foi registrada em abril deste ano, fim da entressafra: R$ 2,187 por litro. Quando comparados os preços máximos encontrados na cidade do litro do etanol em agosto deste ano (R$ 1,999) e em igual período do ano passado (R$ 1,499), o crescimento é ainda maior, de 33%.
Semana
A última semana pesquisada pela ANP (de 28 de agosto a 03 de setembro), inclusive, o valor médio do litro do etanol em Piracicaba é de R$ 1,856 e, o máximo, de R$ 1,999. E essa elevação dos preços do setor mesmo antes da entressafra – já que houve redução de 30% na oferta do hidratado (diretamente nos tanques) pelas usinas – já muda o comportamento do consumidor que acaba abastecendo mais cedo com gasolina ao pagar quase R$ 2 pelo etanol.
Gasolina x etanol
No mesmo período, o preço médio do litro da gasolina em Piracicaba é de R$ 2,635, o que mostra que é mais vantajoso abastecer com este combustível ao invés do etanol. "Faz um tempo já que eu voltei a abastecer com gasolina. Não compensa mais colocar etanol. Na maioria dos postos, eu faço aquela continha de dividir um valor pelo outro e vejo que abastecer com a gasolina é melhor", disse o comerciante Diego Fernando Soares.
Para valer a pena para o consumidor, o preço do álcool tem que ser menor ou igual a 70% do preço da gasolina. O limite competitivo da gasolina para os motoristas já foi superado, mas há quem não troca o etanol e continua pagando pelo produto."Eu, sinceramente, continuo abastecendo com etanol. Não faço conta alguma, pago sempre o que estiver mais barato. Na minha cabeça vale pagar mais barato sempre", disse o ajudante Michel Oliveira. Entretanto, Oliveira concordou que a alta no preço do produto tem feito ele pensar em mudar de ideia. "Talvez, quem sabe, vou abastecer com gasolina daqui a pouco", completou.