O consumo de combustíveis no país sente os reflexos da alta dos preços nos postos.
O custo elevado do litro da gasolina e do álcool já faz com que consumidores passem a deixar o carro em casa.
As vendas totais estão em desaceleração, influenciadas pela forte retração no consumo de álcool e pelo menor ritmo das vendas de automóveis, na esteira do arrefecimento da economia.
A comercialização de combustíveis acumula alta de 2,4% no período de janeiro a julho. No primeiro trimestre, a expansão chegava a 4,4%.
Desde abril, as vendas cresceram apenas 1%, segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo).
No ano passado, as vendas totais de combustíveis avançaram bem mais, com incremento de 8,3%.
Ao contrário de anos anteriores, a comercialização de álcool depois do início da safra de cana-de-açúcar desabou, com queda de 40% em relação a 2010.
De abril a julho, foram vendidos 3,2 bilhões de litros, ante 5,3 bilhões em igual período no ano passado, ainda de acordo com a ANP.
No ano, o consumo de álcool caiu 23,8%.
A gasolina ganha espaço. O consumo desse combustível cresceu 21% desde o início da safra, passando de 9,5 bilhões de litros no período de abril a julho de 2010 para 11,5 bilhões de litros em iguais meses este ano.
O bancário Guilherme Araújo dos Santos viu seu orçamento apertar com a subida de preços do álcool e migrou para a gasolina.
Há cerca de um mês e meio, no entanto, passou a deixar seu carro flex na garagem durante a semana.
"Os combustíveis estavam pesando cada vez mais no bolso", afirma Santos.
Em agosto, o consumidor pagou, em média, R$ 2,006 pelo litro de álcool, 26% a mais do que tinha que desembolsar pelo combustível um ano antes.
O valor atual cobrado pelo litro do álcool supera até mesmo meses da entressafra. A gasolina, cujo preço médio chegou a R$ 2,755 em agosto, está 8,34% mais cara.
REFLEXO DA ECONOMIA
Presidente do Sindicom (Sindicato das Empresas Distribuidoras de Combustíveis), Alísio Vaz sustenta que o desempenho das vendas de combustíveis está atrelado ao crescimento do PIB (Produto Interno Bruto).
Segundo ele, o resultado até aqui reflete os movimentos da economia.