McCain diz que Brasil é exemplo na área energética

O senador John McCain, candidato republicano à Casa Branca, afirmou ontem (23/06) que os EUA deveriam seguir o exemplo do Brasil, que expandiu sua frota de carros com motor bicombustível, e aproveitou para atacar o apoio do democrata Barack Obama às barreiras contra o álcool brasileiro. Em três anos, o Brasil passou de 5% de carros com motor flex em sua frota para 70%, disse McCain. Só que as mesmas montadoras que ajudaram o Brasil a fazer essa mudança dizem que demoraria muito mais para para transformar a metade de nossos novos veículos em carros flex.

McCain voltou a criticar os subsídios ao álcool americano feito de milho e as barreiras contra o produto brasileiro, feito de cana-de-açúcar. Nosso governo paga para subsidiar o etanol de milho e, ao mesmo tempo, cobra tarifas que impedem os consumidores de se beneficiar de outros tipos de etanol, como o do Brasil , disse.

O resultado é que o americano paga a conta duas vezes. Arcamos com os subsídios e, como consumidores, pagamos mais na bomba porque colocamos barreiras sobre produtos mais baratos do exterior.

A crítica tinha endereço certo: a campanha de Obama, que defende os subsídios e a tarifa sobre o combustível brasileiro. Obama é senador pelo Estado de Illinois, segundo maior produtor de milho dos EUA. Em entrevista ao Estado, semana passada, McCain já havia criticado os subsídios ao etanol de milho. É errado impor uma tarifa de US$ 0,54 por galão de álcool brasileiro, que é claramente mais eficiente do que o nosso.

Com o barril de petróleo próximo dos US$ 140, a energia tornou-se tema central da eleição. Ontem, McCain propôs um prêmio de US$ 300 milhões para quem desenvolver uma nova bateria mais eficiente e barata para carros híbridos ou elétricos. Ele também afirmou que dará incentivos para montadoras que produzirem carros que emitam menos poluentes.

Obama promete fechar o cerco contra especuladores do mercado de commodities, uma das razões para a escalada do preço do petróleo. Ele quer aumentar a regulamentação da compra e venda de títulos futuros de petróleo, com a ajuda de outros países – proposta semelhante à que será defendida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na reunião do G-8, em julho, no Japão. Lula propõe uma ação coordenada dos governos para conter a especulação no mercado futuro de alimentos, metais e petróleo.

Fonte: Agência Estado, em 24/06/2008

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