Abastecer o carro com etanol deixou de ser vantajoso no começo de setembro na capital paulista, segundo a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Segundo o levantamento divulgado ontem pelo instituto, a relação entre o combustível derivado da cana-de-açúcar e a gasolina atingiu a marca de 70,66% na primeira semana do mês ante o nível de 69,64% observado na última semana de agosto.
Na avaliação de especialistas, o uso do etanol deixa de ser vantajoso em relação à gasolina quando o etanol representa mais de 70% do valor da gasolina. A vantagem é calculada considerando que o poder calorífico do motor movido a etanol é de 70% do poder dos motores à gasolina. Tradicionalmente, a relação entre os dois combustíveis fica próxima deste nível no começo de cada ano, quando há reflexo da entressafra da cana nos preços. Atualmente, com o crescimento na venda dos carros flex, a demanda maior pelo etanol tem provocado o avanço dos preços, num momento em que a oferta do produto não está acompanhando a procura por problemas relacionados ao clima.
O aumento da relação entre o etanol e a gasolina em São Paulo está diretamente ligado à alta nos preços que o combustível derivado da cana-de-açúcar vem apresentando nas pesquisas da Fipe, por meio do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que leva em conta uma base mais ampla de comparação.
Conforme a Fipe, o etanol apresentou aumento de 2,04% na primeira quadrissemana do mês (período de 30 dias terminado em 7 de setembro) ante elevação de 0,92% na pesquisa do encerramento do mês passado. A gasolina, por sua vez, mostrou alta de 0,06% ante recuo de 0,11% do levantamento anterior. A alta média da inflação na capital paulista passou de 0,39% para 0,36% entre o final de agosto e a primeira quadrissemana de setembro.