O Brasil deve retomar em breve a liderança das vendas mundiais de etanol, já que a vocação do País não é de importador e sim de exportador. Mas para tanto, é preciso restabelecer a competitividade do biocombustível de cana, definindo metas para a participação do produto na matriz de combustíveis brasileira. A perspectiva foi defendida pelo presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Marcos Jank, em duas apresentações realizadas na segunda-feira (12-09), na capital paulista, uma durante Seminário da Revista Euromoney e a outra na 5ª reunião plenária da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) .
Segundo Jank, o momento não mostra a realidade da indústria sucroenergética nacional. "A queda da safra não irá perpetuar o declínio da produção de etanol, ao contrário. Isso é passageiro. Não podemos esquecer que o setor é altamente competitivo e muito avançado tecnologicamente," ressalta. Para inverter a situação, é preciso mudanças: "É necessário aprimorar o planejamento e a previsibilidade no mercado de combustíveis. Temos que antecipar os problemas e aumentar a segurança do abastecimento doméstico," explicou o presidente da UNICA.
Jank também destacou o potencial brasileiro para a fabricação de etanol nos próximos seis anos. "Há como dobrar a produção, mas para atingir esta meta é preciso que existam políticas públicas mais abrangentes e investimentos maciços nesta matriz energética limpa," afirmou. "Desoneração tributária para o setor e mais transparência na definição dos valores da gasolina também tornariam o etanol mais rentável e competitivo nos postos de abastecimento," concluiu.
Euromoney e ACSP
Além de Jank, participaram do seminário da Euromoney Marcelo Escorel, presidente da Louis Dreyfus Commodities Brasil S.A; André Morandi, responsável pela gestão de Riscos e Preços da Agência Brasileira de Exportação e Seguro de Crédito; Angela Martins, diretora internacional do Banco Pine; e Luciene Machado, diretora da Divisão de Crédito e Exportação do BNDES, dentre outros. O evento terminou na terça-feira (13-09). Para baixar a apresentação do presidente da UNICA, conduzida em inglês, clique aqui.
A plenária da ACSP, presidida por Rogério Pinto Coelho Amato, contou com a participação dos vice-presidentes da Casa: Carlos Monteiro, Francisco Mesquita Neto, João de Favari, Luiz Gonzaga Bertelli, Luiz Roberto Gonçalves, Nelson Keiralah, Milton Molina e Roberto Mateus Ordine.