A partir de outubro, as distribuidoras serão obrigadas a manter um estoque de etanol de, pelo menos, quinze dias, segundo as novas medidas que serão adotadas pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP). Na última sexta-feira durante uma visita ao Estado de Pernambuco, a convite do Sindaçúcar-PE, o diretor da Agência, Allan Kardec Duailibe disse que a questão já foi discutida em audiência pública e deve ser publicada uma regulamentação, dentro de quinze dias. "Estima-se que hoje as distribuidoras mantenham estoques por, no máximo, seis dias", ressaltou.
Segundo ele, a ANP está determinada a evitar novas oscilações de preços do etanol nas próximas entressafras. "O Brasil cresceu muito na demanda por combustível, ao ponto de viver uma crise no abastecimento entre os meses de fevereiro, março e abril, por conta da entressafra da cana. O preço do etanol chegou a custar mais de R$ 2", lembrou o diretor.
As distribuidoras também serão obrigadas a comprovação da compra do volume de etanol direcionado à mistura antes da compra da gasolina. Com essa medida a ANP espera que as distribuidoras abandonem à atual prática de compra direta para firmar contratos de compra com as usinas. "Passaremos a exigir isso com maior rigor e somente a partir de contratos é que as usinas terão a garantia de venda do etanol", afirma Duailibe.
Regulamentação para usinas
O próximo passo da ANP será publicar uma segunda regulamentação direcionada aos produtores de etanol, com objetivo de obrigar também as usinas a fazerem um estoque de um mês, à partir do dia 1º de abril.
Para o presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool de Pernambuco (Sindaçúcar), Renato Cunha, as medidas são importantes porque estimulam as distribuidoras a firmarem contratos de compra.