Entrada de dólares ajuda a conter disparada da moeda em setembro

Apesar do agravamento da crise global em setembro, a quantidade de dólares que entrou no Brasil no mês superou as saídas em quase US$ 8,5 bilhões.

Especialmente na segunda quinzena, quando a situação da economia internacional piorou, muitos investidores e empresas retiraram seus recursos do Brasil.

Esse movimento ocorreu por meio de venda de ações na Bolsa de Valores, remessas de lucro de companhias com matrizes no exterior e pagamento de importações.

No entanto, a saída de divisas foi compensada por empresas exportadoras brasileiras, que trouxeram US$ 26 bilhões para o país.
Elas aproveitaram que o real estava mais desvalorizado para trocar seus dólares por uma quantidade maior de moeda brasileira.
Apesar de haver mais dólares disponíveis no país, a cotação da moeda subiu 20%.

CRISE

O comportamento do mercado de câmbio reforça o entendimento do governo e de analistas de que a alta nas cotações do dólar se deve a problemas com contratos de câmbio, e não com a falta de oferta da moeda.

Nesses contratos, investidores e empresas fecham negócios estimando um valor para a divisa norte-americana em uma data futura.
É uma forma de proteção contra a variação do câmbio, no caso das empresas exportadoras, ou de especulação com o valor da moeda.

O aumento das tensões no cenário global, porém, provocou a alta inesperada do dólar no mundo todo, o que trouxe nervosismo ao mercado de contratos cambiais.

Esse temor fez com que a alta do dólar fosse ainda maior no Brasil.

Analistas acreditam que a pressão do mercado de contratos cambiais sobre o dólar perderá força, já que as apostas e a busca por proteção neste segmento caíram.

A dúvida agora é se as remessas de dólares para o exterior continuarão crescendo, e se os exportadores seguirão trazendo recursos para o Brasil. Se isso ocorrer, o efeito da saída de dólares continuará sendo amenizado.

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