São Paulo receberá centro de pesquisa sobre biocombustíveis para aviões

São Paulo vai receber um centro de pesquisas de biocombustíveis para aviões. O projeto será financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (Fapesp), e pelas empresas de aviação Boeing e Embraer, a segunda e a quarta maior do mundo, respectivamente. A parceria vai ser anunciada na capital paulista na quarta-feira (26), mas foi adiantada nesta segunda-feira durante a Fapesp Week, em Washington. A utilização de biocombustíveis na aviação pode ajudar a reduzir a emissão de gases que aceleram o efeito estufa.

De acordo com o diretor científico da Fapesp, Carlos Henrique de Brito Cruz, a primeira fase do projeto, que investigará as dificuldades da produção de biocombustível para aviões, deverá custar cerca de 300.000 reais e terá a duração de nove meses. "Vamos pesquisar os desafios que podem ser vencidos usando a ciência", afirma. A fase inicial vai estudar que tipo de biocombustível poderá ajudar a aviação: bioetanol ou biodiesel. Os nove primeiros meses serão liderados por Luís Augusto Cortez, engenheiro agrícola da Universidade de Campinas (Unicamp), e terá como pesquisador associado Francisco Nigro, do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT).

Depois disso, a Fapesp irá publicar um edital para selecionar a universidade que abrigará o centro de pesquisa. "A ideia é reunir pesquisadores de instituições de ensino de São Paulo e outros enviados pela Boeing e Embraer", diz Brito. O centro vai trabalhar com pesquisa avançada em biocombustíveis para aviação em uma escala de tempo de 11 anos. O valor total a ser investido pelas duas empresas não foi divulgado, mas o diretor científico da Fapesp disse que projetos do tipo custam cerca de 3 milhões de reais por ano.

Com a parceria, a Boeing criou uma operação nacional chamada Boeing do Brasil. O braço brasileiro é presidido por Donna Hrinack, que foi embaixadora dos Estados Unidos no Brasil. "O primeiro ato dela como presidente será assinar o acordo com a Fapesp e Embraer", afirmou Brito.

Brito Cruz destacou o desafio que é a utilização de biocombustíveis na aviação. "É um assunto desafiante porque os requisitos para fazer funcionar são muitos complexos. Alguns testes já foram feitos no mundo usando biocombustíveis em aviões, mas todos apenas demonstrativos. Nosso objetivo é fazer um trabalho científico e cuidadoso sobre o assunto junto com a Boeing e a Embraer."

Em 2008, a empresa britânica Virgin Fuels realizou o primeiro voo utilizando biocombustível: um Boeing 747 de Londres a Amsterdã. A aeronave tinha um motor capaz de queimar óleo de côco e babaçu, uma palmeira nativa da floresta amazônica.

 

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