O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse que o Ministério da Fazenda está fazendo a "ultima avaliação" para a liberação da Medida Provisória com os incentivos que serão dados pelo governo para aumento da produção e estocagem de etanol, possivelmente, ainda esta semana. O objetivo do governo com a medida é fazer um estoque regulador de etanol para segurar o preço do combustível, principalmente durante a entressafra nos canaviais, quando o valor do álcool sobe nos postos e chega, inclusive, a causar impacto no preço da gasolina e, consequentemente, inflação.
"A MP já era para ter saído. Eu suponho que esta semana a Fazenda possa dar o seu aval final", declarou Lobão, que se referia à medida provisória que criará linhas de financiamento para o setor, com taxa de juros abaixo das praticadas no mercado. Essas linhas de crédito devem ser oferecidas pelo Banco do Brasil e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Edison Lobão não quis falar sobre o volume de recursos que o governo vai liberar para regular os estoques de etanol. Mas assegurou que "não faltarão recursos oficiais para estocagem", acrescentando que o governo vai liberar "os recursos que forem necessários". O governo espera que, com esses financiamentos, o setor amplie a produção e crie uma infraestrutura suficiente para a estocagem de etanol de pelo menos três meses.
O ministro lembrou que algumas posições já foram tomadas para segurar o preço do álcool e evitar pressão na inflação. "As outras medidas, meramente administrativas, já foram tomadas, como o empréstimo largo pelo BNDES e BB para a renovação dos canaviais e também para novas indústrias", disse o ministro, sinalizando que, agora, falta sair a MP. Preocupado com o aumento dos preços e para prevenção, o governo, no mês passado, já havia decidido reduzir de 25% para 20% a mistura do etanol na gasolina.
Na entrevista, concedida na saída do Palácio do Itamaraty, depois de participar de almoço em homenagem ao presidente da Ucrânia, o ministro Edison Lobão comentou que "abominamos aumento de preço". Questionado sobre se a Petrobras estava insistindo em reduzir a Cide para evitar o aumento do preço da gasolina, o ministro disse: "A Petrobras está pedindo hoje, pedirá amanhã, pediu ontem e pede todos os dias". E emendou: "Tem de ter uma solução. Afinal, coitada, também ela (Petrobrás) não aumenta seus preços há nove anos. Ela quer porque quer uma solução. Mas nós temos responsabilidade também com uma coisa chamada inflação".