A presidente Dilma Rousseff disse nesta segunda-feira que o Brasil defendeu a geração de empregos como uma das respostas para a crise financeira mundial, durante cúpula do G20 realizada semana passada na França.
"A crise econômica mundial, que está abalando, principalmente, os países da Europa e os Estados Unidos, não pode ser resolvida com desemprego e muito menos com a redução dos direitos trabalhistas. A questão do desemprego é extremamente preocupante", disse Dilma durante seu programa semanal de rádio "Café com a Presidenta".
"O grande desafio para essa crise é o caminho para retomar o crescimento: o caminho do investimento, do consumo e da geração de empregos," afirmou.
A presidente classificou a questão do desemprego mundial como "preocupante", ao apontar que 200 milhões de pessoas no mundo estão desocupados, na maioria jovens, mas elogiou a proposta da Organização Intenacional do Trabalho (OIT) de criar um programa de garantia de renda mundial para famílias extremamente pobres.
Dilma, que durante seus discursos na cúpula do G20 já havia citado os efeitos da crise nos países emergentes, reafirmou a capacidade do Brasil de reagir às turbulências econômicas e disse que os emergentes também devem cooperar para superar o momento atual.
"Todos concordaram que nós temos de ajudar, fazendo a nossa parte. Ninguém ganha com a crise. Até agora, os países emergentes vêm sustentando o crescimento da economia mundial, eles também reduziram um pouco o seu crescimento, porque foram atingidos por efeitos indiretos. Mas quem sustenta o crescimento mundial são esses países, somos nós", disse ela.
"Vamos continuar gerando emprego e renda, vamos continuar mantendo as nossas finanças sólidas, vamos continuar com as nossas reservas, continuar produzindo na agricultura, no setor de serviços e na indústria. Vamos continuar gerando emprego."
Na sexta-feira, Dilma havia declarado que o Brasil e os demais países dos Brics -Rússia, Índia, China e África do Sul, estariam dispostos a contribuir para uma ajuda financeira à Europa se isso for feito por meio do Fundo Monetário Internacional, mas que não havia decisão ainda sobre o volume de recursos que poderiam ser disponibilizados. Ela descartou, no entanto, um repasse direto do Brasil para o fundo de resgate europeu.