O bom ano do setor agrícola se reflete também nas contas das indústrias de adubos e fertilizantes.
O volume de fertilizantes entregue aos produtores deve ter chegado a 28 milhões de toneladas no ano passado e o faturamento pode ter ficado próximo dos R$ 28 bilhões.
Já as importações somaram 20,7 milhões de toneladas, com gastos de US$ 9,1 bilhões, segundo o Ministério do Desenvolvimento.
São números que ficam distantes dos registrados nos últimos anos. A entrega de adubos de 2011 vai superar em 15% a de 2010; as importações, em 34%.
O bom é que o cenário de 2011 pode se repetir neste ano. "As perspectivas são boas, apesar das nuvens negras na Europa", diz Carlos Eduardo Florence, diretor executivo da AMA (Associação dos Misturadores de Adubos do Brasil).
A demanda e os estoques de alimentos estão ajustados. Só uma crise muito grande poderá afetar o setor. "Não pode haver uma repetição de 2008", diz ele, se referindo à crise financeira originada nos EUA e que afetou toda a economia mundial.
Aparentemente não haverá muito tropeço no setor de alimentos, diz Florence. Os países desenvolvidos, mesmo com crise, mantêm o padrão de consumo alimentar. Já nos mercados emergentes, a população está conseguindo se alimentar melhor.
Diante da conjuntura atual, Florence acredita que o setor de fertilizantes poderá se manter como está. Sem evolução, mas também sem quedas significativas. O produtor continua capitalizado e usando mais tecnologias em busca de maior produtividade.
O Sul do país está apresentando perdas, devido à seca, e o produtor pode perder renda. A quebra de safra no Sul do Brasil e na Argentina, no entanto, inibe maiores recuos em Chicago, o que beneficia os produtores do Centro-Oeste, onde a safra vai bem.
O ano passado foi um período de recuperação nos preços internacionais dos fertilizantes. Só iniciaram queda a partir de setembro, quando o dólar começou a se recuperar e anulou os efeitos da redução dos preços do adubo